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Confiança de Sapé tenta ressurgir das cinzas 20 anos após ser campeão

publicado: 16/12/2017 12h05, última modificação: 16/12/2017 12h51
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Com esse time recheado de craques, o Confiança levou o torcedor de Sapé ao delírio em 1997, conquistando o título de forma merecida - Foto: Arquivo/Confiança

tags: sapé , botafogo , treze , auto esporte


Ivo Marques

Há 20 anos, os clubes considerados grandes do nosso futebol conheceram a força de uma equipe modesta, de uma pequena cidade do estado, que hoje, infelizmente, está fora do mapa do futebol profissional da Paraíba. Nem Botafogo, nem Campinense, nem Treze, nem Auto Esporte. O campeão paraibano de 1997 foi o Confiança de Sapé, que tinha na presidência Josean Pereira. O clube tornou-se na época um grande abacaxi - made in Paraíba para exportação, típico da terra - a ser descascado pelos grandes. Com um excelente time, o Confiança venceu com méritos a competição e fez a alegria de milhares de torcedores, que enchiam o Estádio Ribeirão, sobretudo nos finais de semana.

A conquista do título foi em cima exatamente do clube que mais vezes foi campeão do estado, o Botafogo. Na primeira partida das finais, as duas equipes se enfrentaram no Ribeirão, em Sapé, no dia 28 de agosto. O time da casa venceu por 3 a 1. O jogo da volta aconteceu no dia 31 do mesmo mês, no Almeidão, em João Pessoa. O Belo precisava vencer por pelo menos 2 gols para ser campeão, mas só venceu por 1 a 0, e o título ficou com o Confiança, a única equipe do Brejo a ser campeã paraibana profissional da primeira divisão.

Ao longo de todo o campeonato, o Confiança disputou 22 jogos, venceu 10, empatou 5 e perdeu 7. A equipe tinha no seu elenco jogadores de alto nível, como o goleiro Palmiere, ex-Botafogo-RJ, o meia Reinaldo Fernandes, com passagem em grandes clubes do futebol brasileiro, além do zagueiro Cícero e do meia Betinho. Esse último foi também campeão paraibano por outros clubes, e chegou a jogar no Fluminense do Rio de Janeiro, sendo indicado pelo treinador Carlos Alberto Parreira.

Declínio

Infelizmente, a festa do torcedor sapeense, que comparecia em massa ao Estádio Ribeirão, não durou muito. Logo no ano seguinte o clube foi abandonado por aqueles políticos e empresários que o apoiavam e veio a primeira decepção. Após conquistar com méritos a vaga para a Copa do Brasil de 1998, o Confiança declarou que não podia representar a Paraíba na competição. Isso virou uma polêmica e, segundo algumas fontes que não quiseram se identificar, houve uma negociação mal explicada com o Botafogo, o que fez com que os comerciantes deixassem de apoiar o clube. Daí em diante, o Confiança mergulhou em dívidas, deixando inclusive de participar de competições profissionais a partir do ano de 2000. Da glória ao um fim melancólico. A alegria virou saudade.