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Caixões de jogadores da Chapecoense deixam a Bolívia em direção ao Brasil

publicado: 03/12/2016 00h05, última modificação: 03/12/2016 09h32
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O cortejo de 50 corpos deixou a cidade de Medellín ontem e deve chegar ao Brasil na manhã de hoje - Foto: Reprodução/Youtube

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Os tempos modernos não comportam mais cortejos, senão em ocasiões de comoção coletiva. E Medellín fechou as principais ruas da cidade ontem, para se despedir das vítimas do acidente aéreo em La Unión, na Colômbia, que saíram sob aplausos, lenços brancos balançando e gritos de campeão.

Um cortejo de 37 carros com 50 corpos deixou a rua que concentra as principais funerárias de Medellín em direção ao aeroporto da cidade, acompanhado de batedores e carros de bombeiros. Dezenas de pessoas acenavam das calçadas, além de motos que acompanhavam o comboio produzindo um buzinaço. Os colombianos se concentraram antes mesmo da saída do cortejo para prestar solidariedade com faixas, cartazes e mensagens de apoio. Diante de nova mostra de solidariedade do povo de Medellín, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, se emocionou bastante e não segurou o choro.

Ele recebeu flores, placas de homenagem e foi abraçado por cidadãos colombianos. Após o fim do cortejo, Buligon embarcou a Chapecó no primeiro voo comercial. O embaixador do Brasil na Colômbia, Júlio Bitelli, também acompanhou o comboio pelas ruas de Medellín. Ao longo do trajeto, apesar da chuva que caiu sobre Medellín na tarde de ontem, diversas pessoas se mantiveram de pé às margens das ruas acenando com pedaços de pano verdes e brancos. Pelas ruas da cidade, os carros que passavam na direção contrária do comboio buzinavam para o cortejo.

Os corpos deixaram a Colômbia em voo da Força Aérea Brasileira (FAB) no fim da noite de ontem, com previsão de chegada a Chapecó na manhã de hoje. Da cidade catarinense, eles seguirão para seu destino final.

Sobreviventes

A Chapecoense divulgou ontem uma atualização a respeito do estado clínico dos sobreviventes do acidente na Colômbia envolvendo a delegação do clube, jornalistas e diretoria. De acordo com a equipe médica, nenhum dos pacientes apresenta risco de morte e, embora a situação permaneça crítica, eles estão estáveis.

Alan Ruschel foi submetido à cirurgia na coluna vertebral e segue em observação. O lateral está com movimentos normais em membros superiores e inferiores e, apesar das múltiplas escoriações, oferece boas perspectivas de melhora. Além disso, o jogador já conversou com a família.

Neto, o último jogador resgatado dos escombros, apresenta um quadro clínico positivo e boas perspectivas de melhora. Jackson Follmann, por sua vez, é o que se encontra em estado mais grave. O goleiro, que teve uma das pernas amputadas, não apresenta mais risco de perder a outra e está estável, porém está entubado e requer mais cuidados.

O jornalista Rafael Henzel segue em estado crítico após ter sofrido um trauma toráxico e uma fratura na perna, mas as perspectivas são otimistas. Segundo o boletim médico, seu pulmão apresentou melhoras.

De acordo com o clube, ainda não há previsão para a alta dos pacientes, mas “a equipe médica tranquiliza a todos, já que a estrutura e os cuidados oferecidos estão sendo os melhores possíveis”.

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