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Dirigentes e jogadores lamentam situação do futebol de Patos

publicado: 11/12/2016 00h05, última modificação: 10/12/2016 09h15
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O jogo mais esperado entre os times do Sertão paraibano costumava ser entre Nacional e Esporte, na Primeira Divisão - Foto: Divulgação

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Wellington Sérgio

No próximo dia 8 começa o Campeonato Paraibano e mais uma vez a cidade de Patos está de fora da elite. Uma das principais cidades da Paraíba, que sempre revelou craques para o esporte da terra, tradicionais clubes da Morada do Sol, está ausente do futebol profissional. Frustação e decepção que é refletida nos torcedores dos times que assistem os concorrentes tradicionais - Atlético e Paraíba (ambos de Cajazeiras) e Sousa - na disputa do Estadual.

Falta de planejamento, estrutura, organização, apoio, trabalho nas divisões de base, condições financeiras e união, são possíveis problemas que passam o Canário do Sertão e o Patinho. Única equipe da terra que foi campeã Estadual em 2007, o Nacional sofre com a fase negativa que passa o esporte da Morada do Sol.

Clube de grande torcida, o Alviverde vem tentando conquistar uma vaga na Divisão de Elite do Paraibano, mas fica pelo meio do caminho nas disputas da Segundona. A última vez que o Naça participou da Divisão de Elite foi em 2013. Em 2014, desistiu de disputar o Paraibano, alegando problemas financeiros. A partir daí, vem tentando retornar à Série A do Paraibano, mas sem êxito. De acordo com o presidente Alisson Nunes, são problemas financeiros que vêm de muitos anos, onde os dirigentes estão buscando soluções. A falta de apoio político e empresarial, além das condições financeiras, são fatores fundamentais para que o futebol de Patos esteja nesta situação atualmente.

“Futebol se faz com dinheiro, apoio e uma boa estrutura para formar um time capaz de conseguir realizar uma boa campanha e brigar pelo título. Infelizmente estamos com problemas estruturais e quem sofre é o futebol da terra, em especial o torcedor, que sente a ausência do futebol”, observou. O dirigente enfatizou que está mantendo contatos com empresas e pessoas que querem colaborar para que o Nacional possa obter o título da Segundona/2017 e retornar à Série A do Paraibano/2018. O ex-presidente da Junta Governativa do clube/2013, João Grilo, lamenta que o futebol da Morada do Sol esteja “parado”, deixando os torcedores tristes e desanimados. “Se não houver colaboração e dedicação para quem faz futebol, Patos pode ficar por mais tempo de fora das competições oficiais. Temos que fazer alguma coisa para trazer de volta a alegria do Esporte e para que possamos reunir grandes públicos no Estádio José Cavalcanti”, disse.

Trabalho de base desprezado nos clubes

Falta de planejamento e estrutura no futebol de Patos foram os principais problemas que ex-jogadores definiram para a situação de Nacional e Esporte, que estão fora das Divisões de Elite do esporte paraibano. Para o ex-meia Vamberto, um dos destaques do futebol da Morada do Sol, os principais representantes da cidade no esporte estão sendo castigados pelos erros acumulados nos últimos anos, deixando os torcedores sem futebol e revoltados com a situação. Ele acredita que os clubes não tem planejamento e um grupo capaz de montar uma estrutura para uma competição. “Não é à toa que estão de fora das disputas e decepcionando uma legião de torcedores que gostam de futebol. Sem planejamento e estrutura fica difícil em qualquer trabalho, em especial no futebol, que exige uma maior atenção de todos os envolvidos”, disse.

O ex-zagueiro Washington Luiz, que foi ídolo do Botafogo, lamentou a situação do futebol da Morada do Sol. Segundo ele, a falta de trabalho com a base, de planejamento e de uma boa estrutura são as principais causas para que Esporte e Nacional estejam de fora do futebol. “Quem sofre é o torcedor que adora futebol, prestigia e vibra com os clubes, mas que está decepcionado. Quando não existe planejamento, estrutura e nem o trabalho nas divisões de base a coisa fica difícil de funcionar”, comentou.

O ex-árbitro Miguel Félix está decepcionado com o futebol da terra que vem passando uma crise a bastante tempo. Ele alegou que Esporte e Nacional desprezaram o trabalho de base, e que as ausências de planejamento e estrutura foram fundamentais para que os clubes estejam de fora das competições. Segundo ele, a desistência dos abnegados torcedores que estavam sempre presentes nas decisões das equipes, além da falta de dinheiro para fazer futebol, contribuíram para a crise do esporte patoense. “São problemas que vem se alastrando há vários anos, mas que não foram solucionados. Torço para que Patos volte a disputar a Série A”, comentou Miguel.

Esporte culpa a falta de apoio dos empresários e a classe política

Já o campeão da Segundona (2005, 2013 e 2015) - último Estadual que disputou foi em 2016, onde foi rebaixado -, o Esporte de Patos, é outra vítima que paga um preço caro pela má fase que passa o futebol da Morada do Sol. O presidente do Esporte de Patos, Marcos César, culpa a falta de apoio dos empresários, torcedores, a classe política e os dirigentes que, segund ele, não têm interesse em colaborar com o futebol da terra. “Fica difícil trabalhar desta maneira. Estamos reestruturando o clube, quitando as dívidas para que possamos dar a volta por cima”, observou.

O dirigente ressaltou que mesmo com o rebaixamento no Estadual/2016, o programa “Gol de Placa” do Governo do Estado ajudou muito a sanar algumas dívidas do clube. Fora das quatro linhas, o Patinho trabalha muito para as próximas temporadas, onde adquiriu um ônibus e tentará construir o Centro de Treinamento, um velho sonho do clube. “Com esforço e dedicação estamos tentando estruturar a equipe, mesmo sabendo que não é coisa fácil, já que não existe o apoio necessário”, frisou. Os planos para a próxima temporada são a disputa da Segundona, que contará com atletas da base e da região, além de buscar parcerias com as equipes do Botafogo-PB e Ceará, no intuito de conseguir reforços para brigar pelo título e voltar à Divisão de Elite/2018.

“Espero iniciar o planejamento no primeiro semestre do ano para que possamos formar um grupo capaz de brigar pelo título da Segundona e retornar ao Paraibano. O Esporte é tradição e não pode ficar de fora das disputas”, comentou o dirigente.