Notícias

Esporte contra a violência nas comunidades de João Pessoa

publicado: 21/10/2017 22h05, última modificação: 21/10/2017 22h37
4.jpg

Os instrutores da PM estão mudando a realidade de muitas crianças, que se afastam da violência e das drogas, e sonham em ser campeões - Foto: Marcos Russo

tags: judô , luta olímpica , contra violência


Wellington Sérgio

Integrar, estreitar e educar as comunidades através do esporte para afastar da violência e das drogas, objetivos do projeto social 'Lutando Pela Paz', desenvolvido pela Companhia Especializada de Apoio ao Turista (Ceatur) da Polícia Militar da Paraíba, através da Unidade de Polícia Solidária (UPS) do Bairro Altiplano Cabo Branco, em João Pessoa. A iniciativa surgiu há quase dois anos, onde são atendidos mais de 60 alunos (crianças e adultos) de forma gratuita, na faixa etária de 4 a 40 anos, das comunidades São Domingos e Rabo do Galo, localizadas no bairro.

Os participantes recebem aulas de judô e luta olímpica, nas quintas e sextas-feiras, das 15h às 18h, na praça principal do bairro, com os instrutores Ismael Faustino Chaves - professor, soldado da PM e faixa preta de judô -, auxiliado por Givaldo Bruno, Cleiton Maciel e Valessa Roseli. O judô é o mais procurado, com aproximadamente 50 crianças, com cerca de dez adultos no grupo. A luta olímpica (judô sem quimono) envolve 25 crianças, com aproximadamente cinco adultos. O interessante é que o projeto envolve as famílias, já que a intenção é colocar a criança para praticar o esporte, mas em pouco tempo os pais se integram e treinam juntos.

São os casos de Edileide Ferreira da Silva, mãe de Francieli Xavier da Silva, de 7 anos, que está no projeto há cinco meses, onde fez a opção pelo judô. Ela falou que soube do projeto através do professor Ismael. Ao passar pelo local, ficou interessada em participar e aprovou a ideia. Segundo ela, jamais imaginava deixar sua casa, vestir um quimono e praticar um esporte. “Coisas que acontecem na vida que faz bem à saúde e proporciona um grande lazer. Dificilmente perdemos as aulas que são importantes para o desenvolvimento do esporte”, frisou.

A mãe Maria da Penha de Lima, ao lado do filho, Miguel Ramos de Almeida, de 6 anos, disse que soube do projeto por uma prima, já que o garoto sempre gostou de praticar o judô. Ela frisou que ao observar os pais participarem das atividades resolveu fazer companhia ao filho, quando descobriu que valia a pena se envolver nas atividades com o restante do grupo. “Foi um casamento que deu certo e chegou em boa hora. Estava precisando perder alguns quilinhos”, disse. Um dos destaques do grupo, João Kenedy, de 13 anos, obteve o título paraibano e vice da Copa Picuí de Judô. “Fiz a opção pelo esporte através do projeto que é bom demais. Quero ser um grande campeão na Paraíba”, disse.

De acordo com o professor e responsável pelos treinamentos, Ismael Chaves, o esporte une gerações e traz momentos de alegria, integração, satisfação e paixão pelo que está fazendo. Segundo ele, pessoas que conhecem o projeto se integram de “corpo e alma” mostrando entusiasmo e alegria por estar junto de quem ama. “Quais os pais que não gostam de participar das atividades com os filhos, principalmente quando existe amor, paixão e cumplicidade? Observo no rosto de todos que os treinos significam momentos de prazer com aqueles que amamos e admiramos, formando uma grande família”, comentou.

Com relação às competições, o professor ressaltou que os atletas já disputaram desafios - judô e luta olímpica - em Campina Grande, Picuí e na Praia do Cabo Branco. Segundo ele, motivar a garotada e até os adultos nas competições é prazeroso. “Eles adoram quando sabem que vão competir, afinal, todos querem ganhar. Conquistar uma medalha significa muito para a criançada”, disse.