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Falta de planejamento e erros em contratações prejudicam desempenho de clubes paraibanos

publicado: 16/03/2017 00h05, última modificação: 16/03/2017 07h26
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O Campinense foi o primeiro a detectar problemas com as contratações e já mandou diversos jogadores embora, repondo agora em várias posições - Foto: Facebook/Campinense Clube

tags: contratações , times paraibanos , campeonato paraibano , 2017 , futebol


Ivo Marques

A falta de planejamento dos clubes paraibanos fica cada vez mais evidenciada na reta final do Campeonato Estadual. Apesar do calendário ser divulgado com meses de antecedência, os clubes deixam para contratar de última hora, e mesmo após o início das competições, seguem contratando e dispensando, dando sinais claros de que os elencos contratados por eles, no início da temporada, não eram qualificados. O que se vê a cada ano, é um movimento de atletas e técnicos desnecessário e prejudicial aos pobres cofres dos clubes.

Entre os maus exemplos de erro de planejamento, o Campinense partiu na frente. Logo após as primeiras rodadas do Campeonato Paraibano, a diretoria reconheceu o erro, e mandou seis jogadores embora, inclusive a comissão técnica. De lá para cá, vem contratando uma média de um jogador a cada 15 dias. Ainda esta semana, chegaram dois, Fábio Gama e Osvaldir, enquanto Renatinho trocou o clube pelo Fortaleza. A expectativa é que novos atletas desembarquem no Renatão, nos próximos dias.

No Botafogo, a situação não é diferente. Na metade do Campeonato Estadual, já rescindiu contrato com alguns jogadores, como Amarildo, Robston, Rafael Luz, Diogo Campos, Tarcísio e Diogo Rangel. Já anunciou também a chegada de vários, dentre eles, Roger Junior, Lito, André Santos e o volante Neto. A expectativa é que ainda venham muito mais atletas nos próximos dias, para disputar a Série C, numa demonstração clara de que o clube não soube contratar para o início da temporada.

Outro grande clube da Paraíba que ilustra essa incompetência na contratação de atletas é o Treze. Alguns já deixaram o clube, até o técnico Dall’Astra. Com o treinador atual, Celso Teixeira, já foram várias as contratações, como Roger Gaúcho, Jean Carlos, Rafael Araújo, dentre outros.

A falta de planejamento e os erros na formação do elenco ainda ficam mais evidentes nos clubes de menor investimento. Já se tornou uma rotina a demissão de técnicos e de jogadores, em alguns clubes. O maior exemplo é o Paraíba, que não está na lanterna do campeonato por acaso. O clube já mudou de técnico três vezes este ano, e vive dispensando e contratando jogadores, na tentativa de escapar do rebaixamento. A última contratação do clube foi a do atacante Carlinhos, que já foi artilheiro do Campeonato Paraibano.

No Sertão, até o Sousa, que era conhecido como um clube que forma bons elencos, este ano pisou na bola. O Dinossauro já mudou a comissão técnica duas vezes, e vem contratando e demitindo atletas, desde o início da competição. Por coincidência, o clube faz uma das piores campanhas de todos os tempos, e ainda corre risco de ser rebaixado. O técnico Índio Ferreira foi contratado, recentemente, para tentar salvar a pátria. O Atlético trouxe um ônibus de jogadores de São Paulo, além da comissão técnica. Já trocou de treinador e continua contratando atletas, na tentativa de chegar ao G4.

O Campeonato Paraibano avança para a fase final, e o que se vê, entre tantas contratações e demissões, são clubes endividados, sem pagar os salários dos jogadores, nem honrar os compromissos assumidos no início do ano. No Auto Esporte, por exemplo, a história se repete a cada temporada. Na semana passada, os atletas William e Moisés deixaram o clube, alegando atraso no pagamento dos salários, e até falta de alimentação adequada para os atletas. Uma triste realidade, que infelizmente não é privilégio apenas do Clube do Povo.
Os dirigentes paraibanos ainda não acordaram para a importância de uma boa gestão do pouco dinheiro que têm os clubes do Estado. A conta nunca fecha, com os débitos superando os créditos, e o resultado disto é um campeonato fraco, tecnicamente falando, e um afastamento dos torcedores dos estádios.