O Flamengo encara o Paris Saint--Germain, da França, hoje, às 14h, no Estádio Ahmad Bin Ali, em Al Rayyan, no Catar, pela grande final da Copa Intercontinental 2025. O Rubro-Negro fará sua terceira partida no torneio, enquanto os parisienses fazem sua estreia. O duelo terá transmissão da TV Globo, SporTV, ge tv (YouTube) e CazéTV (YouTube).
Ontem, véspera do confronto contra o PSG, o técnico Filipe Luís deu entrevista coletiva, em Doha. Ele destacou a experiência e a qualidade de sua equipe para demonstrar sua confiança na conquista do título. Na Copa do Mundo de Clubes, em junho e julho, a equipe jogou contra outros dois europeus (Chelsea e o Bayern de Munique).
“Quanto mais o time joga, mais a equipe se conhece. Cada competição é diferente. Era um contexto diferente, um país, um clima, temperatura, gramado, mas a vontade de ganhar é a mesma. Alguns jogadores saíram, outros chegaram, esse grupo tem uma nova alma, se reinventou, conquistou títulos difíceis no continente e quer escrever uma nova história. Sabemos a dificuldade desse jogo. Fácil não vai ser, mas sabemos que é possível”, afirmou.
Quando o Flamengo foi eliminado para o Bayern, Filipe foi questionado sobre seu estilo de jogo. Naquela partida, ele escalou um time ofensivo, que brigou pela posse de bola. Contra o PSG, o treinador não pensa em fazer algo diferente.
“Não vamos jogar contra o Bayern, vamos jogar contra o Paris, por mais que a forma que eles pressionem tenha a mesma energia. Acreditei, naquela vez, que era um plano para vencer o Bayern e eles foram melhores do que nós. Agora, é outro plano, mas sem abrir mão dos nossos princípios, do que é o DNA do Flamengo”, destacou.
O PSG tem por característica atuar com um ataque móvel e veloz. O estilo próprio dos franceses na construção ofensiva foi tema da coletiva de Filipe Luís. Ele afirmou que trabalhou com os atletas formas de neutralizar os pontos fortes do time rival.
“Temos uma forma de defender, não defendemos do jogador, defendemos da equipe, da bola, e esperamos tirar o máximo de tempo possível de jogadores determinantes, em especial no meio. Não tenho dúvidas de que teremos armas para neutralizar o ataque do PSG”, disse.
Hoje, Filipe pode chegar ao ápice da sua breve carreira como treinador. Caso conquiste o Intercontinental, somaria seis títulos na carreira de técnico, iniciada no fim de 2024, sendo este o maior de todos. Desde que assumiu o Rubro-Negro, em outubro do ano passado, ele esteve em 88 jogos, com 57 vitórias, 21 empates e 10 derrotas. O ex-lateral-esquerdo venceu a Copa do Brasil (2024); Carioca (2025), a Supercopa do Brasil (2025), o Brasileirão (2025) e a Libertadores (2025).
Protagonista
A torcida do Flamengo deposita suas esperanças na grande fase de Arrascaeta. Depois de ter sido protagonista no Brasileirão e na Libertadores, o meia é também o grande nome do Intercontinental. Na estreia, contra o Cruz Azul, do México, o uruguaio marcou dois gols. Diante do Pyramids, do Egito, foram duas assistências. Na grande final, a expectativa é de que o jogador chame a responsabilidade.
Paris Saint-Germain
O clube francês fez um 2025 extraordinário, o melhor, levando em conta desempenho e conquistas, de sua história. Para vencer a Champions League, Campeonato Francês, Supercopa da França, Copa da França e Supercopa da Europa, o PSG fez um total de 65 partidas, 12 a menos do que o Flamengo, de janeiro a dezembro. O time do técnico espanhol Luis Enrique, somou 49 vitórias, nove derrotas e sete empates.
“Nós sabemos que fizemos um ano de 2025 magnífico. Ganhar a Copa Intercontinental será a melhor forma de terminar este ano. Ganhamos quase tudo, então, se vencermos a Copa Intercontinental será ainda mais perfeito ou quase perfeito. Então, nós queremos terminar o ano da melhor maneira”, destacou o volante Vitinha, de 25 anos, antes de viajar para o Catar. O português foi um dos melhores atletas da temporada 2024/2025. Na defesa do PSG, Marquinhos e Beraldo são outros destaques.
Ronaldinho não sabe para quem vai torcer na decisão
Na lista dos jogadores que vestiram as camisas de Flamengo e Paris Saint-Germain, é difícil encontrar um nome mais ilustre do que o de Ronaldinho.
Um dos mais talentosos atletas da história do futebol, o craque brasileiro falou à Fifa sobre sua experiência nos dois clubes, que decidem a Copa Intercontinental hoje, e garantiu: não tem como ele torcer para apenas um deles em um jogo como esse.
“Quando você tem história com os dois lados, fica difícil escolher um só. O mais importante é valorizar o que essa final representa”, disse Ronaldinho. “O Flamengo chega em um ótimo momento e é motivo de orgulho ver um clube brasileiro novamente em uma decisão tão grande. O PSG também vive uma fase muito positiva, com um time confiante e competitivo”.
Revelado pelo Grêmio, Ronaldinho chegou ao Paris Saint-Germain em 2001. Na França, ele deu início à sua vitoriosa trajetória pelo futebol europeu. Com suas jogadas incríveis de muita habilidade, ele rapidamente caiu nas graças do torcedor parisiense. Seu grande desempenho pelo clube o levou à Copa do Mundo da Fifa de 2002, quando foi campeão mundial com o Brasil, antes de uma transferência marcante para o Barcelona.
“No PSG, eu vivi um período especial, de crescimento e transformação do clube”, lembrou. “Foi um momento em que o PSG começou a se consolidar no cenário internacional, e ter participado disso, ajudando a construir uma identidade e deixando uma marca, é algo que me dá muito orgulho até hoje”.
Após defender Barcelona e Milan, Ronaldinho decidiu voltar ao futebol brasileiro em 2011. Em janeiro daquele ano, o craque desembarcou no Rio de Janeiro para vestir a camisa do Flamengo. Foram 74 jogos, 28 gols marcados e um título conquistado: o Campeonato Carioca.
Na época, o clube, apesar de sua grandeza, ainda não tinha o poderio financeiro que permite ao Rubro--Negro, atualmente colecionar estrelas em seu elenco. A passagem dele pelo Fla durou pouco mais de uma temporada, mas deixou lembranças inesquecíveis e um sentimento que dura até hoje.
“Foram dois momentos muito importantes da minha carreira. No Flamengo, o que mais me marcou foi a dimensão do clube e a força da torcida. Vestir aquela camisa traz uma responsabilidade enorme, e viver o dia a dia do futebol brasileiro, com tanta paixão e cobrança, foi uma experiência muito intensa”, resumiu.
Quando Flamengo e Paris Saint--Germain entrarem em campo para saber quem vai ficar no topo do futebol mundial, o coração de Ronaldinho estará dividido. Mas a torcida dele é para que os espectadores sejam tão felizes quanto um dia ele fez todos que puderam ver o Bruxo jogar de perto.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 17 de dezembro de 2025.