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GP da China de F-1 relembra última vitória de Schumacher

publicado: 13/04/2018 00h05, última modificação: 13/04/2018 10h23
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Alonso terminou em segundo e se rendeu ao melhor talento do alemão Michael Schumacher que fez uma corrida excepcional para chegar em primeiro - Foto: Getty Images

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Globoesporte

A China recebe a Fórmula 1 pela 15ª vez neste fim de semana. Lewis Hamilton é o recordista de vitórias em Xangai, com cinco. Mas nenhum deles teve a magia do triunfo de Michael Schumacher em 2006. Foi a 91ª e última vitória de Schumi, que, duas semanas antes, havia anunciado a aposentadoria - ele ainda faria uma segunda passagem pela F1 de 2010 a 2012 e hoje infelizmente tem uma difícil recuperação de um grave acidente de esqui. Ele brigava pelo título daquela temporada com Fernando Alonso, e as coisas não começaram nada bem para o alemão naquele fim de semana.

Numa classificação chuvosa em Xangai, Alonso conquistou a pole position, enquanto Schumacher foi apenas o sexto colocado. Com 108 pontos somados contra 106 do alemão, o espanhol tinha a faca e o queijo na mão para ampliar a vantagem e espantar o fantasma de Schumi.

Choveu de novo no domingo, apesar de numa intensidade um tanto menor do que no dia anterior. A largada, portanto, foi dada nas posições normais de grid, e o começo não foi animador para Schumacher. O alemão não conseguiu evoluir do sexto lugar nas primeiras voltas, enquanto Alonso disparava, ainda por cima protegido pelo companheiro de equipe Giancarlo Fisichella, o segundo colocado.

Na oitava de 56 voltas, Schumacher fez a primeira ultrapassagem, sobre o antigo companheiro de Ferrari Rubens Barrichello. Cinco voltas depois, o outro carro da Honda, pilotado por Jenson Button, também ficou para trás. Com 15 voltas, o alemão era o quarto colocado, mas a mais de 25 segundos de Alonso, com Fisichella tendo perdido o segundo lugar para Kimi Raikkonen. Desanimador, não?

O terceiro lugar veio quando Raikkonen foi o primeiro dos líderes a fazer o pit stop, na volta 16 - o finlandês abandonaria na 18ª passagem com problemas no acelerador. Schumi entrou nos boxes na 21ª volta, enquanto Alonso e Fisichella pararam nas passagens 22 e 23. Ao contrário de todos os outros adversários, Alonso optou por não trocar os pneus intermediários, apostando no fato de que não perderia tempo os aquecendo nas voltas após a saída dos boxes.

Mas o tiro saiu pela culatra, já que a borracha estava desgastada pelo fato de o asfalto não estar tão molhado como no começo da prova. Fisichella e Schumacher, que colocaram pneus intermediários novos, voaram para cima do espanhol. Na 30ª volta, não restou a Alonso outra alternativa a não ser abrir para Fisichella, para que este conseguisse vantagem sobre Schumi e tivesse ao menos uma boa chance de vencer, claro, tirando pontos do alemão. O italiano até conseguiu abrir, mas o próprio Alonso não resistiu ao heptacampeão, que assumiu o segundo lugar já na volta 31.

Ainda havia mais um pit stop previsto para cada um dos líderes, e a pista começava a secar. Qual seria o momento certo de parar e trocar os pneus intermediários pelos de pista seca? Perdendo cada vez mais tempo, Alonso foi o primeiro a ir aos boxes, no fim da volta 35. Rapidamente o espanhol impôs um forte ritmo e começou a recuperar terreno, mas já era tarde para vencer.
Schumacher fez a troca na volta 40 e na saída saiu acelerando tudo. Fisichella parou na volta seguinte e deixou o carro escapar do trilho seco já na curva 1. O alemão estava próximo e mergulhou ali mesmo. A liderança estava no papo.

“Vai pela grama, vai por onde for! Sou mais Schumacher faz tempo! Só vi um outro piloto com esse espírito. Chamava-se Ayrton Senna! “narrou Galvão Bueno na transmissão da Globo.
Schumacher despachou Fisichella, que, sem ter cumprido o objetivo de tirar pontos do alemão, ainda tirou o pé para ceder o segundo lugar a Alonso. O espanhol apertou o ritmo o máximo que pôde até marcar a melhor volta da corrida, mas o heptacampeão apenas controlou a vantagem, até porque a chuva voltou nas últimas duas voltas e nada podia dar errado.

E assim Schumacher cruzou tranquilamente a linha de chegada com 3s121 de vantagem para Alonso. Os dois chegavam a 116 pontos, mas o alemão era o líder do campeonato pelo número de vitórias (sete contra seis).

No entanto, Alonso acabaria conquistando seu segundo - e até agora último - título. No Japão, penúltima prova do campeonato, Schumacher teve o motor Ferrari estourado quando era líder, e o espanhol venceu. E, no Brasil, o alemão largou apenas em décimo devido a um problema durante a classificação e teve um pneu furado na corrida, tendo acabado em quarto após uma recuperação fantástica. Alonso foi o segundo colocado e faturou o título.

“Mas os azares na reta final não apagaram o show de Schumacher em Xangai. Não poderia ter sido mais perfeita a última vitória do maior campeão de todos os tempos.