Depois que o Brasil conquistou o título inédito de campeão mundial no handebol feminino, em 2013, as expectativas em torno da equipe cresceram exponencialmente. Em 2015, contando com estrelas como Alexandra Nascimento e Duda Amorim, já eleitas as melhores do mundo (em 2012 e 2014, respectivamente), o grupo ainda reafirmou o favoritismo durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto, quando, mais uma vez, as brasileiras foram soberanas. No Mundial da Dinamarca, em busca do bicampeonato, contudo, a sorte não foi a mesma.
Mesmo antes de embarcar para a grande disputa do ano, em dezembro do ano passado, o técnico Morten Soubak e as jogadoras da equipe já tentavam diminuir a pressão em torno da nova conquista para o País e evitavam falar em favoritismo. Foi nas oitavas de final que as campeãs mundiais de 2013 deram adeus ao sonho do bicampeonato, em derrota diante da Romênia.
“Outras grandes equipes foram eliminadas do Mundial antes do que gostariam. Obviamente cair nas oitavas de final não era o nosso objetivo, mas temos que ter consciência de que fizemos uma boa campanha. Melhoramos em alguns aspectos, mas caímos precocemente e precisamos melhorar em alguns pontos até os Jogos Olímpicos”, avalia a pivô e capitã da seleção, Fabiana Diniz, a Dara.
“No Mundial de 2015, o nível cresceu muito, com mais equipes no feminino. Há alguns anos, você tinha um grupo de favoritos com três ou quatro países. Agora muitos países cresceram e investiram, então vamos ter as Olimpíadas com mais equipes com potencial de brigar pela medalha”, explica o técnico Morten Soubak. “Mas isso não tira o nosso sonho e foco para tentar dar mais um passo histórico e ganhar a medalha nas Olimpíadas para o handebol brasileiro”, acrescenta.
A derrota na Dinamarca deixou importantes lições ao grupo. “Mesmo com meninas se recuperando de lesões grandes, nós conseguimos ser o vencedor da chave no nosso terceiro mundial seguido. Infelizmente, no dia em que não encaixamos o jogo, não classificamos. Estamos cientes do que erramos”, afirma. Morten Soubak sabe também o que precisa ser ajustado até agosto. “Vamos dar atenção à parte física e a aspectos técnicos para as Olimpíadas, além de conselhos a cada uma sobre posições e situações de jogo. Estamos ansiosos e felizes por jogar em casa”, destaca.
O grupo que competirá no Rio de Janeiro ainda não está definido. “Não colocamos uma data para a convocação. Temos que avaliar bem as atletas em todas as fases que teremos”, explica o treinador. E não serão poucos os compromissos na reta final da preparação olímpica. Nos meses de março e maio, a seleção feminina fará amistosos na Europa. Em junho e julho, os treinos e torneios finais serão no Rio de Janeiro. A capitã do time não esconde a ansiedade pelos Jogos Olímpicos.
“Minha expectativa é imensa. Acho que qualquer País que joga dentro de casa não tem como não pensar no melhor resultado possível. Então minha expectativa é fazer uma grande preparação, focada 100% nesse objetivo”, adianta. “Até então sempre tínhamos outras competições na frente. Agora o foco é total no Rio. Espero que a gente chegue o melhor possível para disputar essa competição”, deseja Dara. A jogadora acredita ainda que o apoio da torcida brasileira trará uma vantagem para a equipe anfitriã.
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Handebol feminino do Brasil vai brigar por medalha no Rio
No Mundial da Dinamarca, as meninas do handebol brasileiro tiveram uma primeira fase arrasadora, mas caíram nas oitavas de final - Foto: Divulgação/COB
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