Dono da terceira medalha do Brasil na história do taekwondo olímpico, com o bronze conquistado nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Edival Pontes teve de lidar com uma batalha judicial, poucos meses antes da disputa francesa. Suspenso após um resultado adverso em exame de doping novembro de 2023, depois de ser ouro nos Jogos Pan-Americanos, o paraibano de João Pessoa teve de ficar sem treinar e competir até janeiro deste ano, mas conseguiu confirmar a classificação olímpica.
A substância apontada no exame de doping não foi revelada. Netinho havia recebido um gancho maior, até fevereiro, mas sua defesa no caso conseguiu um acordo para diminuir a suspensão, por se tratar de uma "situação excepcional e não relacionada a desempenho esportivo", conforme dito pelo advogado do atleta ao GE no início do ano. Em janeiro, ele já estava de volta. Quando conseguiu a classificação olímpica, em abril deste ano, destacou as provações que teve pelo caminho.
"Gratidão sempre a Deus, classificado para mais um Jogos Olímpicos, foi um ciclo para ficar na história da minha vida de muita luta e várias outras coisas. Gratidão a todos aqueles que sempre estiveram comigo, independente de tudo", escreveu em sua página no Instagram na época.
O lutador poderia ter sido jogador de futebol, pois era a vontade de seu pai, um atleta amador do esporte. Por isso, quando garoto, ele frequentou uma escolinha, mas mudou totalmente o rumo de sua vida ao apaixonar-se pelo taekwondo aos sete anos. Com 12, já se destacava em campeonatos brasileiros da categoria.
Edival Pontes vem se destacando como o melhor brasileiro do taekwondo há algum tempo. Em 2022, ele foi vice-campeão mundial e celebrou sua primeira medalha da carreira em Mundiais adultos. Sua primeira Olimpíada foi nos Jogos de Tóquio, nos quais acabou eliminado nas oitavas de final e não teve a oportunidade de continuar na disputa porque seu algoz, o turco Hakan Recber, caiu nas quartas de final.
Em Paris, Netinho reencontrou Hakan Recber durante a repescagem e conseguiu vencê-lo para avançar à disputa do bronze, na qual bateu o espanhol Javier Péres Polo e conquistou a medalha olímpica.
Embora paraibano, o lutador morou por muito tempo em Rio Claro, interior de São Paulo, onde se preparou com o técnico Nicholas Pigozzi para a edição olímpica japonesa. No ciclo para Paris, treinou em Itaboraí, no Rio, sob o comando do treinador Diego Ribeiro.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 12 de agosto de 2024.