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Nove paraibanos são medalhistas

publicado: 10/09/2024 09h24, última modificação: 10/09/2024 09h26
Dos 11 atletas, apenas dois não conseguiram subir ao pódio na melhor campanha do Brasil em Paralimpíadas

por Camilla Barbosa*

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No penúltimo dia dos Jogos Paralímpicos, Wilians Araújo conquistou a medalha de ouro

A  edição dos Jogos Paralímpicos finalizada no último domingo (9), que colocou o Brasil no mapa internacional do esporte paralímpico e estabeleceu um novo recorde nacional de pódios, foi também a que mais teve paraibanos no pódio. Das 89 medalhas conquistadas em Paris pelos brasileiros, nove vieram por intermédio de representantes do estado, o que demonstra claramente o resultado dos esforços e da evolução nesse âmbito notados ao longo dos anos. Apenas Laissa Guerreira, da bocha, e  Ailton de Andrade, do halterofilismo, não conseguiram medalhas.

Os últimos paraibanos a garantirem condecorações paralímpicas em solo parisiense foram os goleiros da Seleção Brasileira de Futebol de Cegos, Matheus Costa e Luan Lacerda. Com a derrota, nas cobranças de pênaltis na semifinal, perante a Argentina, o time verde-amarelo foi em busca da medalha de bronze diante da Colômbia, e venceu pelo placar de 1 a 0, no último sábado.

Esta é a primeira vez desde que a modalidade foi adicionada ao programa dos Jogos Paralímpicos, em Atenas 2004, que o Brasil não subiu ao lugar mais alto do pódio. Apesar disso, a Seleção Brasileira ainda detém uma invencibilidade que vem desde lá, totalizando 31 jogos com 23 vitórias e oito empates.

Horas antes da vitória brasileira na quadra, foi a vez do judoca Willians Araújo, natural de Riachão do Poço, sagrar-se, pela primeira vez, campeão paralímpico na categoria acima de 90 kg na classe J1. Se no Rio 2016 o atleta viu o ouro acabar escapando, e em Tóquio foi eliminado na primeira luta, desta vez ele alcançou um desempenho digno de aplausos e que fez tocar o Hino do Brasil no pódio.

O último embate em Paris foi contra Ion Basoc, da Moldávia, com vitória por ippon na Arena do Campo de Marte. Nas quartas de final, o paraibano venceu Yerlan Utepov, do Cazaquistão, e na semifinal Ganbat Dashtseren, da Mongólia, ambos por ippon.

Além deles, outros representantes do estado já haviam deixado suas marcas impressas na história da edição de Paris 2024. O atletismo, como era esperado, foi a modalidade com mais paraibanos, garantindo medalhas: quatro no total (um ouro, uma prata e dois bronzes).

Petrúcio Ferreira foi o primeiro deles, ao obter o tempo de 10s68 e conquistar o ouro nos 100m rasos para atletas da classe T47, quando sagrou-se tricampeão paralímpico. Outro atleta, o Ariosvaldo Fernandes, “Parré”, garantiu a primeira medalha paralímpica na sua quinta participação nos Jogos: bronze nos 100m da classe T53, ao marcar o tempo de 15s08.

Joeferson Marinho, em sua segunda participação nos Jogos Paralímpicos, ficou com a prata nos 100m da classe T12. Apesar de ter finalizado a prova em terceiro lugar, com um tempo de 10s84, ele garantiu a prata em razão da desclassificação do primeiro colocado, o turco Serkan Yildririm. Já Cícero Nobre conquistou o bronze no lançamento de dardo F57 — feito semelhante ao realizado por ele em Tóquio 2020 — com a marca de 49,46 metros. A taekwondista Silvana Fernandes, que compete na categoria 57 kg classe K44, também alcançou mais uma medalha de bronze, ao vencer Kamilya Dosmalova, do Cazaquistão, pelo placar de 28 a 2 na disputa pelo terceiro lugar.

Luan Lacerda (1º a esquerda) e Matheus Costa (1º a direita) foram bronze no futebol de cegos

Fechando a lista dos paraibanos medalhistas, vem o atleta paraibano Emerson Ernesto que auxiliou a Seleção Brasileira na ida ao pódio. O time foi derrotado na semifinal, pela Ucrânia, mas se recompôs para ir à disputa do bronze diante da China, e saiu vitorioso pelo placar final de 5 a 3.

Essa edição foi histórica para o Brasil: com a maior delegação de todos os tempos (ao todo, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 255 atletas com deficiência na competição), o país finalizou sua participação em Paris ocupando a quinta colocação no quadro de medalhas, com 89 condecorações, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze. A melhor campanha havia sido conquistada em Tóquio 2021, com 22 medalhas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, fechando na sétima posição.

Em Tóquio, os pódios que contaram com paraibanos foram: Petrúcio Ferreira, ouro nos 100m; Cícero Nobre, bronze no lançamento de dardo;  Silvana Fernandes, bronze no parataekwondo; ouro para a Seleção Brasileira de Goalball, que tinha os paraibanos Emerson Silva e José Roberto; ouro para a Seleção Brasileira de Futebol de Cegos, com os paraibanos Damião Robson, Matheus Costa e Luan Lacerda.

Cada  medalha conquistada rende aos atletas, também, uma premiação em dinheiro. De acordo com os valores divulgados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o medalhista de ouro em modalidades individuais, como é o caso de Petrúcio Ferreira, recebe 250 mil reais; de prata, 100 mil reais, e de bronze 50 mil reais.

Já nas modalidades coletivas, cada atleta recebe R$ 125 mil, no caso do ouro. A prata, por sua vez, R$ 50 mil. O bronze rende R$ 25 mil, valor a ser recebido pelos esportistas paraibanos como os goleiros Matheus Costa e Luan Lacerda, além de Emerson Ernesto, do goalball.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 10 de setembro de 2024.