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Paradesporto da PB é referência em medalhas para o País

publicado: 04/12/2016 00h05, última modificação: 03/12/2016 09h32
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A delegação paraibana nas Paralimpíadas Escolares Brasileiras conquistou, somente na edição deste ano, 64 medalhas - Foto: Marcos Lima

tags: paratletismo , paralímpíadas escolares brasileiras , governo da paraíba , paraíba paralímpica , são bento


Marcos Lima

A Paraíba segue fazendo história no paradesporto brasileiro e mundial. Depois de Petrúcio Ferreira, maior revelação do paratletismo do planeta, o Estado continua sendo referência em âmbito nacional neste segmento, bastando ver apenas a quantidade de medalhas conquistadas nas Paralimpíadas Escolares Brasileiras 2016, que se encerraram na semana passada, em São Paulo, evento este considerado o maior do paradesporto internacional. Foram 64 medalhas, um segundo lugar conquistado no que diz respeito a paratletas presentes no pódio (perdeu apenas para o anfitrião São Paulo) e a esperança de que, dos que ali estiveram representando sua terra natal, num futuro não muito distante possam estar se unindo às seleções canarinhas das mais diversas categorias. Nos últimos dois anos, foram 117 pódios.

Todo este desempenho positivo teve início promissor em políticas públicas do Governo voltadas para o paradesporto. Através do Projeto Paraíba Paralímpica, lançado pelo Governo do Estado, em setembro de 2012, estes paratletas tiveram a oportunidade ímpar de seguirem carreira profissional desportiva. O projeto, por sua vez, consiste em oferecer gratuitamente aulas para a pessoa com deficiência nas modalidades de goalball, futebol de cinco (para deficientes visuais), vôlei sentado e bocha paralímpica. As aulas acontecem com frequência, semanalmente, em vários polos mapeados pela Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel-PB), a quem compete comandar o Projeto.

A implantação do Projeto Paraíba Paralímpica abriu espaço também para que várias entidades surgissem no cenário esportivo estadual, no trabalho de desenvolvimento do paradesporto, com destaques para a Fundação de Apoio a Pessoa com Deficiência Física (Funad), Associação Paraibana de Cegos (Apace), Associação de Deficientes e Familiares (Asdef), Associação Atlética das Pessoas com Deficiência (AAPD), dentre outras.

“O Projeto Paraíba Paralímpica tem sido uma grande oportunidade dos pais poderem levar seus filhos para essas escolinhas do projeto”, disse José Marco, secretário executivo de Juventude, Esporte e Lazer. Ele ainda frisou que os professores e instrutores são especialistas no esporte paralímpico. “A equipe técnica é toda formada por professores ligados à área do esporte voltado para a pessoa com deficiência”, destacou.

Polo de São Bento, exemplo para o mundo

Superação é a palavra chave usada pelos paratletas paraibanos, principalmente os residentes no interior do Estado, onde os obstáculos são muito maiores para seguirem no paradesporto. “Temos que treinar em locais diversificados. As dificuldades são muitas, pois nossos paratletas, todos portadores de deficiências físicas, têm que conviver com essas dificuldades, a começar pela locomoção, haja vista muitos deles residirem nas zonas rurais e terem um difícil acesso”, disse o educador físico Pedro Moreira Dantas Filho, 51 anos, administrador do Polo Paraíba Paralímpica, situado na cidade de São Bento e também integrante da Associação de Educação Especial de Mãos Dadas, instalada naquele município. “Com todos esses problemas, tem crescido muito o ingresso de novos paratletas”, disse ele, acrescentando que atualmente o Polo trabalha com 20 paratletas.

Os paratletas do Polo da Paraíba Paralímpica em São Bento foram algumas das atrações da delegação do Estado, que esteve presente nas Paralimpíadas Escolares Brasileiras 2016, em São Paulo, que se encerrou na semana passada. Com um grupo de cinco atletas (quatro com deficiências físicas e um cadeirante), estiveram no pódio nove vezes. Foram duas medalhas de ouro, cinco pratas e dois bronzes. “Um resultado significante para todos nós, que somos vistos em nossa cidade como verdadeiros heróis”, afirmou Vitória Emanuelly Andrade Fernandes, 16 anos, residente no Município de Brejo do Cruz e que sozinha conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata.

Silvana Mayara Cardoso Fernandes, medalhas de prata nos 100m, 400m e lançamento do dardo, esteve nas Paralimpíadas Escolares Brasileiras 2016 pela última vez, haja vista que sua idade, 17 anos, já está estourada. “Mesmo assim vou continuar meu trabalho no paradesporto. Penso alto, e quero ser um dia uma recordista mundial. Me espelho muito no paraibano Petrúcio Ferreira”, afirmou ela.

Além de Vitória Emanuelly e Silvana Mayara, o Polo da Paraíba Paralímpica de São Bento contou ainda, nas Paralimpíadas Escolares Brasileiras, com as paratletas Kaylhane Maria Oliveira dos Santos, medalha de prata na bocha; Francisco Vieira de Sousa Júnior, medalha de bronze no tênis de mesa e Daniella Oliveira de Almeida, medalha de bronze no arremesso de peso.