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Paraíba dourada em Santiago

publicado: 28/11/2023 09h43, última modificação: 28/11/2023 09h43
Dos 12 atletas paraibanos nas competições, 10 deles foram medalhistas, sendo oito de ouro e duas de prata
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Petrúcio Ferreira confirmou o favoritismo e ganhou o ouro em Santiago, assim como Silvana fernandes, no parataekwondo, além do ouro de Cícero Nobre no lançamento de dardo - Fotos: Marcello Zambrana/Alessandra Cabral/Marcello Zambrana

por João Thiago*

A maior parte dos atletas paraibanos que participaram dos Jogos Parapan-Americanos em Santiago, no Chile, vão ter problemas na alfândega na hora de voltar para a Paraíba, pois vão ter que explicar que tanto ouro e prata eles estão trazendo nas malas. Dos doze paraibanos, 10 trouxeram medalhas e orgulho para o Brasil na disputa continental.

Esta foi a maior participação brasileira nos Jogos Parapan-Americanos, com 343 medalhas, sendo 156 de ouro, 98 de prata e 89 de bronze. Mais que o dobro de medalhas que o segundo colocado, Estados Unidos, conquistou. Das medalhas de ouro, oito tiveram participações de paraibanos, seja nos esportes coletivos ou nas disputas individuais.

A seleção brasileira de goalball tem a participação de um paraibano, o Emerson Silva, que, na final contra os Estados Unidos, fez três dos doze gols da vitória por 12 x 2 contra os norte-americanos. Com essa vitória a Seleção Brasileira de Goalball se tornou tetracampeã parapan americana.

“Creio que conseguimos alcançar nosso nível mais alto justamente na final. A emoção é imensa sempre a cada nova conquista. É gratificante, pois traz a sensação de dever cumprido. Depois do mundial a gente ficou quase um ano sem competições internacionais, então Santiago foi um grande desafio, mas nossa equipe é muito forte e a gente conseguia criar, todos os dias, no treinamento, estas competições. A conquista veio premiar o trabalho duro de todo esse ano”, comemorou Emerson Silva.

Ele nunca vai se esquecer do apoio da torcida chilena à Seleção Brasileira. O calor humano foi uma tônica em Santiago. “O Parapan tem um ingrediente diferente que é a relação que conseguimos estabelecer com as demais equipes e com o público. No final de cada jogo a gente agradecia às pessoas que estavam nos assistindo, tanto os brasileiros quanto os chilenos. Puxávamos o grito de guerra do Chile e eles nos respondiam. São várias situações que tornaram essa competição um momento especial, e isso nos dá ainda mais motivação para buscar a excelência”, disse.

O hino nacional brasileiro também foi entoado na hora do pódio após a final do futebol de cegos, quando o Brasil venceu a Colômbia, gol de Ricardinho, em uma final inédita por 1 x 0, conquistando o penta parapan-americano no último sábado (25).

“É sempre emocionante conquistar títulos para o Brasil, e ser pentacampeão é uma grande conquista que nos enche de orgulho”, disse o goleiro Matheus Costa, paraibano de Campina Grande.

A medalha de ouro veio depois de um campeonato cheio de drama e com vitórias importantes, marcadas pela dedicação e pelo empenho de um time experiente e que sabe o que quer. “Merecemos este título. Fizemos um grande campeonato e Deus coroou nosso trabalho com essa medalha de ouro”, comemorou Matheus.

Agora é se preparar para Paris em 2024. As Paraolimpíadas são o grande desafio do próximo ano. “Já estamos garantidos em Paris desde agosto, quando vencemos o mundial. Teremos um período de treinos agora no final do ano, quando vamos planejar o ano que vem inteiro”, destacou.

Atletismo

Os três paraibanos que foram representar o Brasil no atletismo voltaram com ouro para casa. Ariosvaldo Fernandes, o Parré, ganhou o ouro nos 400 m rasos e nos 100 m rasos com cadeira de rodas.

Nos 100 metros ele ainda bateu o recorde parapan-americano, com 14’92”. Esta é a quarta medalha de ouro de Parré nesta prova em jogos parapan-americanos, repetindo Rio - 2007, Guadalajara - 2011 e Lima - 2019. Já nos 400 m, esta foi a terceira vitória do paraibano, repetindo Rio - 2007 e Lima - 2019.

Parré ainda participou da disputa dos 4 x 100 universal, ao lado de Petrúcio Ferreira, Jerusa Geber e Marcelly Vitória Pedroso. O time brasileiro trouxe a prata, perdendo para a Colômbia na disputa.

Petrúcio, aliás, também trouxe o ouro nos 100 metros rasos na classe T47, batendo o recorde parapan americano e cravando 10’34”. Já Cícero Nobre conquistou o ouro no lançamento de dardo, e ainda bateu o recorde parapan-americano, com um lançamento que alcançou os 49.87 metros.

Taekwondo

Como era esperado, Silvana Fernandes trouxe o ouro no feminino do taekwondo abaixo de 53 quilos. “Foi um momento de muita felicidade. Queria muito esse bicampeonato e agora, graças a Deus, consegui. Estou escrevendo mais um capítulo de uma história para a Paraíba e para São Bento”, orgulha-se a lutadora.

Já no badminton para cadeirantes classes WH1 e WH2, Ana Gomes, jogando em duplas ao lado de Daniele Souza, ganhou a prata. A disputa foi em grupo, e a dupla perdeu o título para a única dupla peruana disputando a chave, Pilar Jauregui e Jaquelin Burgos.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 28 de novembro de 2023.