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Escolares em SP

Paraíba no top 10 das Paralimpíadas Escolares

publicado: 03/12/2024 10h54, última modificação: 03/12/2024 10h54
Atletismo e natação foram as modalidades com mais medalhas durante as competições, encerradas no última sexta-feira (29)
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por Danrley Pascoal*

As Paralimpíadas Escolares, que ocorreram em São Paulo, renderam 92 medalhas para o estado da Paraíba. Ao todo, foram 52 medalhas de ouro, 22 de prata e 18 de bronze. A edição de 2024 do evento recebeu 2.013 atletas oriundos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Esse é o maior número de participantes da história. Os inscritos deste ano superaram os 1.800 participantes da edição de 2023, recorde até então.

O desempenho paraibano, contando com uma delegação de 128 pessoas, foi o segundo melhor das regiões Norte e Nordeste, ficando atrás apenas do Ceará. O estado terminou na 10a posição na classificação geral, enquanto os cearenses encerraram na oitava. A competição, destinada para atletas entre 12 e 17 anos, encerrou-se na última sexta-feira (29), durou quatro dias e foi organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

O atletismo foi a modalidade que conquistou mais medalhas: ao todo, foram 60, sendo 33 ouros, 18 pratas e nove bronzes. Na bocha, houve dois ouros e dois bronzes. No judô, houve três ouros, duas pratas e um bronze. No badminton, a Paraíba levou um ouro e dois bronzes, enquanto o tênis de mesa ficou com dois ouros e dois bronzes. A natação somou 15 conquistas: 11 ouros, duas pratas e dois bronzes.

Guilherme Soares dos Santos, de 15 anos, foi um dos destaques do estado. O atleta da natação conquistou cinco ouros nas provas 100 m costas, 100 m peito, 200 m medley, 50 m borboleta e 50 m livre. O treinador do adoslecente falou com o Jornal A União sobre o desempenho do evento e projetou o futuro.

“Posso considerar que fomos excelentes. Levamos só quatro atletas de natação e todos estiveram no pódio, numa competição que contou com atletas dos 26 estados e do Distrito Federal. Quanto ao Guilherme, ele nada na classe S6 e SB7. É um menino que tem muita perseverança e tem o objetivo de chegar à Seleção Brasileira de natação. Se ele continuar assim, vai conseguir”, disse Manuel Mendes.

“Ele nadou em cinco provas; em todas as cinco foi o primeiro lugar. É um garoto que sabe o que quer; para quem tem 15 anos, tem grande maturidade. Durante a semana, treinamos toda noite na Vila Olímpica Parahyba; às vezes, nos sábados, fazemos aperfeiçoamento. Em paralelo a tudo isso, o Guilherme estuda e pensa em cursar faculdade de Educação Física”, complementou o técnico do jovem.

 

Fomento do paradesporto

“A delegação da Paraíba fez bonito em termos de número de medalhas conquistadas em mais uma edição do evento. Agradeço ao Governo, que, através da Sejel, conseguiu todas as passagens para a delegação. Sem esse apoio, seria difícil conseguir o deslocamento para que pudéssemos disputar estas Paralimpíadas”, frisou Jean Klaud, chefe da delegação paraibana e representante da Secretaria de Estado, Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).

Além de contribuir para a participação de atletas em competições nacionais e internacionais, cada vez mais, o fomento da prática do esporte tem sido uma bandeira local. Recentemente, o governador João Azevêdo anunciou a construção de um centro de treinamento exclusivo para o paradesporto. O secretário da Sejel, Lindolfo Pires, que esteve assistindo às Paralimpíadas Escolares, em São Paulo, ressaltou o bom resultado conquistado no Sudeste: “As 92 medalhas são fruto das políticas que o Governo do Estado realiza, direcionando investimentos para o paradesporto em geral”, afirmou o gestor.

 Paralimpíadas Escolares

O evento teve a sua primeira edição em 2009. Essa é a maior competição para crianças com deficiência em idade escolar. Grandes talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Paralímpiadas Escolares, como os velocistas Alan Fonteles, ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016, e Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100 m (classe T47) e bicampeão paralímpico.

Ainda estiveram na competição o nadador Talisson Glock, prata no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata no Jogos de Londres, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020; a mesatenista Bruna Alexandre, bronze no Rio 2016 e prata nos Jogos de Tóquio 2020, entre outros.

“A minha maior satisfação é que, a cada ano, as Paralimpíadas Escolares se apresentam de uma forma única, com mais modalidades e mais participantes. Nós também percebemos neste ano, como nos anos anteriores, a alegria dos atletas, o que vai dar frutos. Essa criança que sai daqui surpreendida com o Movimento Paralímpico não vai querer parar de praticar esporte. Fico muito grato por realizar esse sonho e alcançar um número tão grande de crianças”, disse Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro.

As Paralimpíadas Escolares foram um dos últimos eventos do CPB neste ano. Segundo a entidade, houve, na competição, 452 estreantes, com idade a partir de 10 anos. A modalidade com mais inscritos em 2024, tendo 1.010 atletas, foi o atletismo. Logo atrás, ficaram a natação, contando com 323, e a bocha, com 156. Esses foram os esportes com mais competidores. 

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 03 de dezembro de 2024.