A Paraíba será representada por três equipes no Torneio Nacional de Ginástica Rítmica, que acontecerá em São Paulo, de 4 a 9 de novembro. A classificação para a competição veio por meio de bom desempenho no Torneio Regional, realizado em Natal (RN), de 6 a 10 de agosto. As meninas do Clube Campestre (3), de Campina Grande, Grêmio Vila Olímpica Parahyba (1) e Ritme (7), de João Pessoa, estarão no evento, na capital paulista.
Com sete representantes na competição nacional, a Ritme é uma das agremiações do Nordeste com mais atletas a serem enviadas para o torneio. O Jornal A União conversou com a treinadora da equipe, Thaysa Dutra, sobre o desempenho, a preparação e as expectativas para as disputas da modalidade, agora, contra atletas de todo país.
“Entre 47 clubes de todo o Nordeste, nos classificamos para o Nacional no terceiro lugar geral. Teremos atletas em todas as categorias. O que fizemos em Natal foi um resultado muito significativo para a Paraíba, dando evidência nacional à nossa terra. Temos feito uma preparação muito forte, técnica, com treinamentos muito intensos, que já vêm acontecendo desde janeiro. Inicialmente, com foco no Regional, mas obtivemos essas, classificações. Agora, queremos chegar muito mais fortes para o Torneio Nacional”, destacou a técnica.
Conforme Thaysa, atualmente a Ritme conta com 20 atletas se preparando para competições de alto rendimento. Desse total, 15 estiveram no Torneio Regional, com sete garantindo vaga para as disputas que acontecerão em São Paulo.
“Realizamos um treinamento bem extenso e intenso. As meninas treinam todos os dias, no mínimo, quatro horas, incluindo no fim de semana. Quando o campeonato alvo se aproxima, o domingo também é incluso na rotina de treinos; fora isso, temos uma preparação com treinos de ballet clássico, associado com os aparelhos da ginástica rítmica. Há também aulas de pilates”, explica a treinadora.
“Tem, também, o treinamento mental, que é de fundamental importância no desempenho de alta performance. Esse trabalho vem contribuindo de uma forma muito significativa no rendimento das meninas. A questão da saúde mental é ponto-chave, é crucial. Na nossa equipe, é indispensável”, completou.
Ginástica Rítmica (GR)
O Comitê Olímpico Internacional (COI) define que a GR é um tipo de ginástica que envolve movimentos corporais e o uso de aparelhos, como fitas, maças, bolas e arcos. Esporte competitivo exclusivo para mulheres, essa modalidade se tornou olímpica na edição dos jogos de Los Angeles, em 1984. Durante as provas, os movimentos das ginastas são seguidos por uma música.
As provas acontecem de forma individual ou por equipes de cinco ginastas, e, em alguns torneios, têm apresentações de trios. Flexibilidade, agilidade, coordenação motora e consciência corporal são habilidades exigidas durante as execuções dos movimentos. No Torneio Nacional, as gistastas que estarão no individual disputarão em dois aparelhos. Nas provas de conjunto e trio, um aparelho só.
Segundo Thaysa, nas provas individuais das categorias de base, sempre há apresentações de mãos livres, em que as atletas executam movimentos sem aparelhos. Nas exibições, é destacada mais as expressões corporais da ginástica. A GR conta com as seguintes categorias: Pré-infantil, de 9 ou 10 anos; Infantil, de 11 ou 12 anos; Juvenil, de 13 a 15 anos; e Adulto, a partir de 16 anos.
Atletas de elite
Para garantir vaga no Torneio Nacional, as meninas paraibanas tiveram que competir com mais de 450 ginastas no Regional. Esse número foi a quantidade de inscritas, das 47 equipes participantes, de oito estados do Nordeste.
GR na Paraíba
Durante a entrevista para o Jornal A União, Thaysa Dutra falou sobre o cenário da GR no estado. Para ela, a evolução é notória, tendo em vista os resultados cada vez mais expressivos. “A modalidade vem crescendo muito. Três clubes, dos quatro que participaram do Regional, classificaram-se para a Etapa Nacional. Há um trabalho forte em cidades como Campina Grande e João Pessoa”, disse. No entanto, a treinadora da Ritme ressalta a falta de apoio financeiro para manter o crescimento do esporte local: “isso pode atrapalhar a evolução”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 16 de agosto de 2025.