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27° Torneio Nacional

Paraibana garante prata na ginástica rítmica

publicado: 06/11/2024 09h53, última modificação: 06/11/2024 09h53
Alicia Souza, de apenas 11 anos, consegue feito inédito em competição nacional no Mato Grosso
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Alicia Souza exibe movimentos artísticos que a levaram à conqusita do segundo lugar no 27o Torneio Nacional, disputado em Cuiabá, no Mato Grosso | Foto: Arquivo pessoal

por Camilla Barbosa*

O 27o Torneio Nacional de Ginástica Rítmica, encerrado no último domingo (3), após quatro dias de competição, em Cuiabá, no Mato Grosso, foi especial para uma paraibana em específico. Alicia Souza, de apenas 11 anos, conquistou o título de vice-campeã geral do Infantil Nível 1 e na prova de arco, com a nota 20.950; além disso, na prova de mãos livres, obteve a quarta colocação entre 20 atletas de todo o país.

A atleta, natural de Campina Grande, é representante do Clube Campestre e se aproximou da modalidade ainda aos sete anos (num contexto de pandemia da Covid-19), graças à mãe, Roberta Jordão.

“Quando ela completou nove anos, em setembro... aí em dezembro veio o primeiro campeonato que ela participou, foi um Paraibano, nível Paraíba toda. E aí ela foi a campeã paraibana, em 2022, a primeira conquista dela. E daí para frente, ela não perdeu mais nenhuma competição, sempre tem subido em pódios, em terceiros, segundos, primeiro, e aí vai revezando. E cada vez mais ela ama mais a ginástica; tempo livre dela é pra fazer ginástica”, relembra a mãe.

A rotina da ginasta inclui treinos diários, que são intensificados em épocas próximas às competições. Nesses eventos, mesmo sendo em outras partes do Brasil, como foi o Torneio Nacional, disputado em Cuiabá, Roberta faz questão de acompanhar e apoiar a filha. “Mesmo eu não estando todos os dias da competição, mas eu estando lá só no dia da apresentação dela, ela já se sente segura. Só em estar lá para, depois da apresentação dela, ela poder me abraçar, faz toda diferença”, declarou.

Para conciliar os estudos aos treinos, o foco e esforço da atleta e família são indispensáveis. “A ginástica requer muita disciplina. O cabelo tem que estar impecável para os treinos, maquiagem, e ela gosta disso tudo. Ela é muito disciplinada. E até agora, deu certo, estudando na hora do almoço e à noite. Ela é muito novinha, mas não parece que ela tenha essa idade, por causa do esporte, que ensina muito, e ela gosta muito de ser independente”, pontuou a mãe.

Outro esforço conjunto de toda a família em prol do sonho de Alicia é a busca por condições financeiras suficientes para arcar com as despesas envolvidas. “A gente, como mãe, ter filha ginasta, não tem como não ter orgulho da disciplina dela.  Porque, no início do ano, a gente já tem que pensar nas séries dela, que são as coreografias que a gente compra. Aí começa a parte do collant, as pedrarias, que vêm de fora. Aí vêm as viagens, a gente tem que preparar muito bem antes; para ela viajar agora, por exemplo, eu e outra mãe vendemos docinhos no clube, a gente vendeu rifa, porque é um esporte muito caro e tem que estar sempre indo atrás”.

“Agora, com a conquista dela, vamos atrás de mais patrocínios para o ano que vem, porque são conquistas muito importantes, e a gente está querendo que ela tenha um patrocínio para as despesas e viagens. Eu tenho uma filha mais velha, que ajuda na maquiagem, todo mundo lá em casa vive de ginástica. Ela é muito grata ao que a gente faz por ela, não é exigente, requerendo roupa, celular caro, não. Ela sabe que o investimento é na ginástica, para ela é tudo ginástica”, acrescentou ela.

A competição no Mato Grosso foi a última do ano para Alicia. Agora, é hora de descansar e voltar mais forte para o ano que vem, para poder disputar os eventos integrantes do calendário anual a ser divulgado pela Confederação Brasileira de Ginástica. Ao olhar para trás, no entanto, a mãe já consegue ver a evolução e o amadurecimento da filha na ginástica e na vida, no geral.

“A Alicia é uma menina muito emotiva. Esse lado emocional dela ainda atrapalha um pouquinho ela. Mas ela cresceu muito, amadureceu muito esse ano. Primeira competição dela, esse ano, ela teve que se destravar, com o receio do aparelho arco. Quando ele cai, ele corre e é difícil de pegar. Mas a gente faz esse acompanhamento com ela, dizendo a ela que não precisa se cobrar tanto, que ela está ali, principalmente, para se divertir. E ela entende isso, ela gosta muito de ficar em viagem, de ficar com as amigas, de conhecer lugares novos, porque essa é a realidade dela”, finalizou Roberta.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de novembro de 2024.