A Paraíba garantiu mais uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris. Laissa Vasconcelos, a “Guerreira”, junto com seu parceiro, o maranhense André Martins, conquistaram, na última quarta-feira, o título do qualificatório dos pares BC4 de bocha(para atletas com deficiência severa, mas que não recebem assistência) que acontece em Coimbra, em Portugal.
Na decisão, a dupla brasileira derrotou por 4 a 3 o par da Malásia formado pelos atletas Noor Mat Salim e Abdul Rahman. Com isso, o Brasil encerrou a participação na competição de maneira invicta. Na fase de grupos, foram quatro vitórias – sobre Malásia (5 × 0), Hungria (8×2), Japão (5×4), e Portugal (4×2). Já na semifinal, diante da Espanha, Laissa e André venceram a partida por 5 a 4.
Com a vitória sobre a Espanha nessa terça-feira (26) a dupla conquistou o direito de representar o Brasil nas Paralimpíadas de Paris junto com outros cinco atletas que já tinham garantido suas vagas na bocha: pela classe BC1 feminino (com Andreza Oliveira), BC2 masculino (com Maciel Santos), BC3 masculino e feminino (Mateus Carvalho e Evelyn de Oliveira), além da equipe BC1/BC2 (com Andreza Oliveira, Iuri Tauan e Maciel Santos). Todos eles conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, o que era um dos critérios de classificação da modalidade.
Laissa é fruto do trabalho de formação do Centro de Referência de Campina Grande, na Paraíba, além de ter participado de Camping Escolar e Paralimpíadas Escolares. Ao todo, o Brasil chegou a 119 atletas confirmados pelo Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) em Paris 2024.
Os Centros de Referência fazem parte do Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro e tem como objetivo aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento.
Expectativa positiva
A delegação brasileira, até o momento, assegurou sua participação no atletismo, natação, vôlei sentado (masculino e feminino), goalball (masculino), futebol de cegos, ciclismo, hipismo, canoagem, remo, taekwondo, tiro esportivo, tiro com arco, bocha e tênis de mesa.
Para Paris, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem a expectativa de convocar cerca de 250 atletas com deficiência. Na última edição, em Tóquio, foram 235 esportistas, oportunidade em que o país não teve representantes no rúgbi em cadeira de rodas e no basquete em cadeira de rodas. O recorde de participantes brasileiros foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas em todas as 22 modalidades.
Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze), ou seja, está a 27 do seu 400º pódio no evento. Na última edição, Tóquio 2020, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida nos Jogos do Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, superando as 21 de Londres 2012. Ainda foram mais 20 pratas e 30 bronzes no Japão.
Silvana em Paris
A paraibana Silvana Fernandes está em Paris, junto com a seleção brasileira de parataekwondo, para o Camping Internacional. A semana de treinamento vai até o dia 31 de março e acontece no Centro de Treinamento Nacional da França para os esportes olímpicos e paralímpicos (INSEP). O Camping terá a participação de seleções do Brasil, França e México, que contam com medalhistas paralímpicos, mundiais e de Grand Prix. Dois dias da semana de treinamento serão dedicados para um Test Match, onde serão feitas algumas situações de lutas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 28 de março de 2024.