Adrizzia Silva - Especial para A União
Para quem conhece a campeã sul-americana, Andressa Oliveira de Morais, de perto, não é surpresa a notícia da sua participação nos Jogos Olímpicos 2016. A paraibana, de 25 anos, tem a melhor marca da América do Sul. Com 64 metros e 21 centímetros alcançados nos jogos das Olimpíadas de Londres, em 2012, resultaram no 15º lugar. Andressa superou grandes dificuldades e atualmente se prepara para a segunda olimpíada.
A escolha pelo caminho do esporte não foi por acaso. Andressa seguiu os passos da mãe, Djanete Oliveira de Morais, que também foi uma atleta das pistas e a maior incentivadora na carreira atlética da filha. Treinando de maneira precária, na pista de barro do Dede (hoje chamada de Vila Olímpica Ronaldo Marinho), em João Pessoa, sua cidade natal, ela foi descoberta pela Rede Atletismo de Bragança, numa competição Norte/Nordeste realizada em Natal, Rio Grande do Norte, quando ainda tinha 16 anos.
A partir daí, a atleta passou a viver em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Enfrentando muitas dificuldades, superou as decepções, o choro e a distância da terra estimada. Nesse período já tinha o recorde brasileiro juvenil e foi para o Mundial Juvenil de Monton, Canadá. Hoje, treinada pelo inseparável técnico Cubano Julián Mejía, Andressa se prepara para a segunda olimpíada. Com o aprimoramento e experiência acumulada, se constitui em uma das grandes esperanças do Brasil para 2016.
“Um passo grande temos que dar, que é sermos finalistas. Temos que alcançar perto dos 66 metros”, disse o técnico. Já Andressa, explica que esse é o ano em que ela mais treinou e que se sente muito bem para encarar as provas das olimpíadas. “O ano que eu treinei mais forte e estou muito bem, fisicamente, tecnicamente, em todos os aspectos estou muito bem. No dia, quem estiver melhor, leva”, afirmou entusiasmada.
À base de muito suor e conquistas, o feito de Andressa Morais demonstra à comunidade esportiva do estado paraibano, especialmente, seus familiares, amigos e treinadores que as barreiras são muitas, mas podem ser ultrapassadas, até mesmo com uma política precária na preparação de atletas para o esporte nordestino de rendimento.
Andressa ainda não teve seu nome confirmado pela Confederação Brasileira de Atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, porém, garantiu que somente uma “tragédia” lhe tira a vaga de representar o Brasil na competição. “Tenho hoje a melhor marca do Brasil, já fiz o índice olímpico, o país terá três atletas e, no momento, existe apenas eu com índice. O Troféu Brasil será a última seletiva para os Jogos. Acredito que minha vaga está garantida”, disse a paraibana.
A lançadora de disco esteve em João Pessoa no último dia 3, quando foi umas das atletas a participar do revezamento da Tocha Olímpica que esteve na Paraíba. No dia 4, participou da inauguração de um instituto de atletismo, com o objetivo de descobrir novos talentos para esta modalidade esportiva.