Geraldo Varela
O Campeonato Paraibano de 2016 pode não começar na data prevista - 30 de janeiro - ou iniciar com bola rolando, mas sem a presença do torcedor. O filme não é novo e foi exibido na reunião realizada no Ministério Público, na manhã desta segunda-feira, quando integrantes da Comissão de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios acusaram a falta de laudos técnicos para a liberação dos estádios onde a bola vai rolar, defendendo, a princípio, o adiamento da competição enquanto não for cumprida as exigências estabelecidas pelo Estatuto do Torcedor.
E um prazo foi fixado para a apresentação do laudo de engenharia, considerado fundamental para que as outras inspeções aconteçam. Assim, a Federação, em conjunto com os clubes, têm até sexta-feira para apresentá-los ao Ministério Público. Só depois desse laudo é que os órgãos de segurança irão marcar as vistorias.
O procurador Dr. Valberto Lira, presidente da Comissão, lamentou as irregularidades neste início de temporada, lembrando que os clubes teimam em não obedecer o que disciplina a Lei, deixando claro que vinha cobrando a Federação sobre a exibição dos laudos técnicos.
"Infelizmente enfrentamos a mesma situação do ano passado. Não temos nenhuma intenção de prejudicar o campeonato, nem eu, muitos menos os órgãos de segurança. A nossa preocupação é com o torcedor, com a tranquilidade dos jogos, e se faz necessários que os requisitos mínimos sejam cumpridos o que novamente não está acontecendo", explicou.
O presidente da Federação Paraibana de Futebol, Amadeu Rodrigues, reconheceu as dificuldades, mas mostrou que a Entidade fez a sua parte, inclusive expondo um documento de solicitação de laudos aos órgãos de segurança desde o mês de novembro. " Fizemos a nossa parte desde o ano passado e infelizmente chegamos a esta situação. A Federação está disposta a fazer tudo que for possível para que os clubes não sejam prejudicados", garantiu.
O assessor jurídico da FPF, Marcos Souto Maior Filho, complementou a preocupação do presidente da Entidade e lembrou as dificuldades imensas para se conseguir datas. “Fomos ao Rio de Janeiro conversar com o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, e foi uma briga grande para encaixarmos mais uma data. Eles querem acabar com os Estaduais, daí o meu apelo para que os clubes não sejam prejudicados com o adiamento. Temos de encontrar uma solução”, disse Marcos Souto.
O major Ferreira, um dos integrantes da Comissão de Vistoria da PM, disse que houve falha de comunicação no envio do documento que seguiu direto para o Corpo de Bombeiros e defendeu a realização da primeira rodada sem a presença de público. Cojesu Paiva, do Crea, também lamentou a situação e pediu mais rigor por parte do Ministério Público chamando os clubes à responsabilidade.
O representante do Treze, Fábio Azevedo, disse que o Treze está fazendo todos os esforços para a liberação do Presidente Vargas, inclusive garantiu a entrega dos laudos de Engenharia e da Agesiva para esta terça-feira.
A reunião foi comandada pelo Dr. Valberto Lira, presidente da Comissão, e ainda contou com as presenças da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Crea e Federação Paraibana de Futebol, além do representante do Treze, Fábio Azevedo e alguns órgãos de imprensa.