A Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão e o Botafogo-PB realizam hoje, às 16h, mais uma edição do Jogo da Esperança, evento que também ocorreu no ano passado. A partida, que acontece dentro das dependências da instituição, envolve o time sub-20 das Belas do Belo e as internas do estabelecimento penal. O momento, conforme os organizadores, é uma oportunidade de confraternização e socialização para as reeducandas.
“Nossa intenção é oportunizar, para as nossas internas, um dia lúdico com atividade esportiva. Nós desenvolvemos várias atividades no decorrer do ano, mas é um momento muito esperado por todas elas. Nesse momento, essas mulheres deixam de ser detentas para serem atletas. A partida de futebol traz harmonia e interação para o ambiente prisional”, afirmou Cinthya Almeida, diretora da penitenciária.
O evento faz parte do trabalho realizado pelo Governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel) e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Conforme Cinthya, há um direcionamento para se intensificar essa questão da ressocialização e reinserção, bem como focar na humanização do ambiente prisional. O jogo entre as Belas e as internas é o desfecho das atividades realizadas durante o ano.
“Em março, realizamos um campeonato em que as mulheres recolhidas se confraternizam e têm momentos de integração. É um torneio que já está no calendário anual da Sejel, assim como os Jogos Estudantis, Jogos dos Servidores, Jogos Ciganos e Jogos Indígenas. Então, para coroar e fechar o ano, vamos celebrar com esse jogo contra as Belas”, explicou a gestora do estabelecimento prisional.
Gleide Costa, treinadora da equipe feminina do Botafogo-PB, falou sobre a participação do time da Maravilha do Contorno na partida denominada Jogo da Esperança. Segundo ela, o objetivo do evento é levar alegria e esperança para as detentas.
“E não tem meio melhor de fazer isso além do futebol, que é a maior ferramenta de inserção social do mundo. Além do jogo, a ideia é ter um dia para deixar uma mensagem de mudança de atitude e comportamento. Nosso desejo é impactar de alguma forma as vidas dessas mulheres. Acho importante que o clube desenvolva essas iniciativas e entenda esses momentos para colaborar com os sonhos dessas internas”, ressaltou a técnica.
Em anos anteriores, além da partida, houve palestra sobre a importância do esporte para a ressocialização das reeducandas e foram ressaltados os benefícios da prática esportiva para a saúde. “Particularmente, eu já realizava trabalhos na penitenciária, principalmente palestras e arbitragem dos jogos entre as detentas. Nesse período, houve algumas situações e conversas. Então, eu e a Cinthya pensamos juntas e daí surgiu a ideia de levar as meninas do Belo para trocar experiências e essa mensagem de esperança para essas mulheres que vivem privadas de liberdade”, contou Gleide.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de dezembro de 2024.