No encerramento da temporada 2016, a Seleção Brasileira entra em campo hoje (onde não tem horário de verão) para enfrentar o Peru pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo 2018. E o último jogo do ano será simbólico. Confronto que marcou o auge da crise vivida por Dunga na Copa América de junho, o duelo contra os peruanos pode selar com chave de ouro uma recuperação fulminante com Tite. Em cinco meses, são cinco vitórias e 100% de aproveitamento e o time agora pode conquistar a sexta vitória seguida.
E foram justamente jogadores esquecidos pela última comissão técnica que mudaram o curso da temporada na seleção. Do time que entrará em campo no Estádio Nacional de Lima, quatro nomes foram deixados de lado por Dunga: o zagueiro Marquinhos e os meias Fernandinho, Paulinho e Philippe Coutinho.
Sempre acompanhando do banco de reservas os desempenhos de David Luiz e Gil entre os titulares, Marquinhos ganhou sua vaga logo no primeiro jogo com Tite e não saiu mais. Ao lado de Miranda, mostrou segurança em uma defesa que sofreu apenas um gol em cinco jogos.
Sem espaço após a participação traumática no 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, Fernandinho e Paulinho lutavam para aparecerem nas listas de Dunga – o que não ocorria com frequência. Com Tite, a vaga era certa. O segundo se destacou ainda mais com boas participações ofensivas e uma atuação de gala ao parar Messi no clássico contra a Argentina.
Na armação das jogadas, Philippe Coutinho era quase uma unanimidade ainda na era Dunga. Mas apenas para críticos e torcida. Para o então treinador, ele não passava de uma opção pouco utilizada do banco de reservas. Na mudança da comissão técnica, novos tempos. E o bom desempenho nos campos da Inglaterra foi repetido com a camisa amarela.
Somado ao ressurgimento dos nomes antigos no time de Tite, o treinador ainda apostou em um jovem atacante que não demorou a responder em campo: Gabriel Jesus. Com quatro gols nos cinco jogos, mostrou-se a companhia perfeita para Neymar e deu nova cara a um setor que insistia em apostas como Hulk e outros nomes mais experientes.
Nome certo nos dois momentos, o experiente Daniel Alves, que completará 100 jogos pela seleção nessa terça, usou a experiência de quase dez anos na equipe para comparar os momentos.
“Quando a gente foi eliminado da Copa América (derrota para o Peru por 1 a 0), eu pensava que pior do que aquilo a gente não podia fazer. Colocaram gente inteligente, competente e rodada para administrar o time. O campo é reflexo de tudo que há em volta. Os jogadores são quase os mesmos. Mudou pouca coisa, mas o que era necessário”, analisou Dani, em uma crítica velada ao antigo treinador.
Com 24 pontos nas Eliminatórias, o time de Tite busca mais dois resultados positivos nas próximas rodadas para encaminhar a vaga na Copa da Rússia - realidade questionada na época de Dunga, que passou o comando do time com apenas nove pontos em seis jogos.