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Surfista paraibano volta a ser destaque

publicado: 07/11/2025 09h53, última modificação: 07/11/2025 09h53
Na França, o garoto de 14 anos foi vice-campeão do evento internacional que reuniu os 16 melhores jovens do mundo
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Arthur Viana segue brilhando em competições internacionais, mostrando o seu grande talento | Foto: Divulgação

por Camilla Barbosa*

O paraibano Arthur Vilar brilhou em mais uma competição internacional de surfe. Desta vez, no Rip Curl GromSearch, finalizado na última quarta-feira (5), em Le Santocha, Capbreton, na França, o garoto de apenas 14 anos subiu ao pódio da categoria internacional como vice-campeão. O evento reuniu 16 dos melhores jovens surfistas do mundo com 16 anos ou menos.

A final, diante do australiano Ocean Lancaster, exigiu do paraibano maturidade e persistência. Arthur iniciou com uma soma de 5,83 pontos, mas seu adversário fez 6,5 em seguida. Depois disso, o pupilo de Ítalo Ferreira ainda arrancou 7 pontos, mas o australiano conseguiu 8,33 pontos com duas manobras fortes e uma finalização difícil, assegurando a virada e o título do evento.

“Ele teve que demonstrar muita maturidade, não apenas na semifinal e na final, contra o Ocean, mas também nas baterias anteriores, especialmente nas quartas de final. Nessa fase, ele estava perdendo a bateria e, com cerca de seis a sete minutos restantes, assumiu a prioridade e mostrou muita experiência e calma para esperar a onda certa, que só apareceu faltando 30 segundos para o término”, explicou Arthur Vilar, pai do atleta homônimo.

“Essa atitude repercutiu bastante aqui, porque ele conseguiu repetir o feito também na semifinal. Ele começou bem a bateria, o adversário fez boas notas, e o Arthur manteve a tranquilidade, segurou a prioridade e, faltando aproximadamente 30 a 40 segundos, executou uma manobra difícil que lhe garantiu a vaga na final. Essa postura chamou muita atenção, porque, mesmo com pouca idade, ele demonstrou autocontrole e maturidade para ser seletivo e definir a bateria nos segundos finais”, acrescentou ele.

O desempenho do brasileiro na competição ganha ainda mais destaque ao considerar que o atleta chegou à França ainda em recuperação de uma fratura no metatarso sofrida há cerca de um mês.

“Ele fraturou o pé há aproximadamente 40 dias e a gente teve que se deslocar para Santa Catarina para que ele pudesse fazer uma reabilitação. Foram 35 dias sem surfar antes desse evento e ele não estava 100% para vir para cá. Fisicamente, estava, por conta da preparação lá, mas não estava 100% no treinamento do surfe. A bagagem que ele tem de outros eventos, de treinamento que foi feito no passado, toda a base que ele tem, foram fundamentais para a performance dele aqui”, disse o pai e treinador do atleta.

Mais do que uma conquista em nível internacional — que, por si só, já tem grande significado, considerando a idade do paraibano —, o Rip Curl GromSearch foi uma oportunidade de crescimento e aprendizado. O treinador ressaltou a importância da experiência internacional e do contato com atletas de outros países.

“A experiência de estar em um pódio, em um evento dessa magnitude, é enorme para a gente. Mostra que estamos no caminho certo, que ele está treinando bem e conseguindo competir no mesmo nível dos melhores atletas do mundo. Aqui estavam alguns dos melhores do mundo, e ele, ainda com 14 anos, competindo em uma categoria de até 16, mostrou que está em um ótimo nível e realmente seguindo o caminho certo”, garantiu Arthur Vilar.

“Um evento desse tamanho, em nível mundial, é muito importante. A gente tem um nível muito bom de atletas no Brasil, mas também é essencial competir com atletas de outros países, para comparar o nível, perceber onde podemos evoluir e entender a importância de continuar treinando, já que há muitos atletas talentosos ao redor do mundo. Além disso, é uma oportunidade valiosa para adquirir experiência e vivenciar um intercâmbio cultural, falar inglês, aprender novas línguas e manter contato com atletas de outros países, que possivelmente estarão juntos em várias competições no futuro. Essa troca e essa vivência são extremamente importantes”, completa ele.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 7 de novembro de 2025.