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Marcelo Vilar diz que Felipe, Fred, Rogério, Clayton e Marcos Aurélio provocaram sua saída do Botafogo em 2021

Técnico guarda mágoas de jogadores

publicado: 08/09/2022 00h00, última modificação: 08/09/2022 11h45
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Marcelo Vilar fala de suas passagens pelo Botafogo: uma, na conquista do título Brasileiro da Série D, e outra, quando teve um grande dissabor - Foto: Foto: Rayssa Melo/Botafogo-PB

tags: ESPORTE , BOTAFOGO PB , MARCELO VILAR , #futebolparaibano

 por Ivo Marques*

 

O ex-técnico do Botafogo, Marcelo Vilar, disse em entrevista ao site PB Esportes, que alguns jogadores tentaram manchar a sua história vencedora no Botafogo e foram responsáveis pela sua demissão na volta ao clube em 2021, após ter sido um dos responsáveis direto pelo maior título do clube, o de campeão brasileiro da Série D, em 2013. Ele chegou a dizer que ficou impressionado com a estrutura muito melhor na sua volta, mas ao mesmo tempo, foi surpreendido com tantos jogadores que chamou de vagabundos e nomeou seis deles.

“Olha, quando fui para o Botafogo em 2013, levei uma base do Treze que foi fundamental para os títulos que conquistamos, mas o clube não tinha estrutura nenhuma. Chegávamos a treinar com cabos de vassoura e nos deslocávamos 60 quilômetros para treinar, porque não tinha campo. Mas, os jogadores eram unidos, de qualidade, e deram liga, como se diz no futebol. Porém em 2021, encontrei uma bela estrutura para se trabalhar, mas com meia dúzia de atletas, que quando foram criticados por erros, me prejudicaram e prejudicaram o clube. Foram eles o goleiro Felipe, o zagueiro Fred, o volante Rogério e os meias Clayton e Marcos Aurélio”, denunciou o treinador.

Marcelo Vilar disse que muita coisa que acontece no futebol não chega ao conhecimento da imprensa e da torcida, e a culpa sempre é do treinador. Segundo ele, quando se vence tudo fica encoberto e quando se perde, a culpa é do comando técnico que foi incapaz.

“Eu me lembro bem que fomos enfrentar o Treze em Brasília e na oportunidade, nós tomamos um gol por uma falha do goleiro Felipe, que socou uma bola que deveria ter tentado segurar. Eu fui reclamar com ele, após o jogo, e disse que se ele tivesse tentado segurar seria o ideal e poderia ter evitado o gol, e se mesmo assim, não tivesse conseguido segurar a bola, ele não iria reclamar, porque seria o certo e ele teria falhado tentando acertar. Logo em seguida, ele foi diretamente ao diretor reclamar de mim e pedir a minha saída, junto com os outros que citei, e me derrubaram. Eu cheguei a dizer para a diretoria que o Marcos Aurélio já não era o mesmo e precisávamos de um novo jogador para a posição, e isso também contribuiu para a minha saída. Clayton tinha um histórico de contusões e também outros que não estavam rendendo o esperado. Enfim, esses jogadores se sentiam maiores que o próprio Botafogo e quando isso acontece, sempre dá errado no futebol e o clube sai perdendo”, afirmou.

"Eu me lembro bem que fomos enfrentar o Treze em Brasília e, na oportunidade, nós tomamos um gol por uma falha do goleiro Felipe, que socou uma bola que deveria ter tentado segurar. Eu fui reclamar com ele, após o jogo"

Para Marcelo Vilar, o futebol tornou-se um verdadeiro big brother e a vaidade de alguns jogadores prejudicam o trabalho coletivo, porque eles começam a se sentir mais importantes do que os demais, e até mais importantes do que o próprio clube. Neste momento, segundo o treinador, o técnico fica numa situação muito difícil e precisa do apoio da diretoria e da compreensão da torcida, que geralmente não entende.

“Vou aqui dar dois exemplos que aconteceram no Treze. Me lembro que um certo dia, choveu bastante e o PV estava sem condições de treino e Warley, um jogador consagrado internacionalmente, com passagem pela Seleção Brasileira, começou a trabalhar conosco para dar condições de treino, enquanto que o atacante Beto, na época, começou a criticar as condições de trabalho. Eu disse para ele, você passou pelo Atlético Mineiro, pelo Fluminense, mas agora você está no Treze e aqui é outra realidade. Em outra ocasião, o atacante Nonato, que era um artilheiro querido pela torcida, cometia várias indisciplinas e como eu combatia, um dia ele com raiva passou por mim, na concentração para o jogo contra o Sousa, e soltou uma piada, vai dar Dinossauro 1 a 0. Depois, foi pego trazendo mulheres para a concentração e tive o apoio da diretoria para colocá-lo para fora. O torcedor ficou furioso, e graças a Deus, trouxe Vavá, que deu certo, e fomos campeões. Imagina como iria ficar a minha situação se não tivesse conquistado o título. Iriam dizer que o culpado era eu por ter dispensado o artilheiro Nonato. Ou seja, o futebol tem sempre duas verdades, mas geralmente só se sabe de uma”, acrescentou o treinador.

O treinador disse ainda que no caso do Botafogo, em 2021, ele não teve o apoio da diretoria, que preferiu ficar de lado das estrelas. “Tentaram manchar minha imagem no clube, mas não conseguiram. Depois veio uma história que eu estava botando o clube na Justiça etc. Pois saibam, que um ano e meio depois, ainda não recebi a minha rescisão, a que tenho direito. Nunca têm dinheiro, mas depois da minha saída, fizeram várias contratações”, concluiu o treinador.

Botafogo
A reportagem de A União procurou o atual presidente do Botafogo, Alexandre Cavalcanti, para repercutir as denúncias de Vilar, mas ele educadamente preferiu não responder nenhuma das afirmações do ex-treinador.
“Olha ele fez uma acusação séria aos jogadores, então são eles que devem responder as acusações. Quanto ao não pagamento da rescisão e outras coisas mais, prefiro não responder nada que for relacionado com ex-funcionários do clube”, respondeu o dirigente.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 8 de setembro de 2022.