"Ele é meu ídolo. Pela liderança, pela velocidade e por tudo que faz dentro e fora de campo".
Ainda promessa das divisões de base do Corinthians, aos 18 anos, Marquinhos não tinha dúvidas em afirmar que Thiago Silva era seu espelho no futebol. Quase cinco anos depois, o destino reservou uma situação atípica para eles na Seleção Brasileira.
Para a partida contra a Bolívia amanhã, em Natal, Marquinhos deverá estar ao lado de Miranda como titular de Tite pelo terceiro jogo seguido da seleção. Já Thiago, aos 32 anos e capitão na Copa do Mundo 2014, retorna em novo momento. Por enquanto, o zagueiro ficará no banco de reservas.
A escalação obedece um princípio de Tite desde os tempos de Corinthians. Quem chega à equipe já montada, aguarda e trabalha por uma oportunidade. Inicialmente, a tendência é que Thiago Silva já fosse titular nos primeiros jogos da nova seleção em setembro. Mas, sem 100% de condições físicas, ele acabou de fora daquela relação.
Para Thiago, certamente, estar atrás de Marquinhos nesse momento não é um problema. Os dois zagueiros são amigos a ponto de o mais jovem recorrer à experiência do mais velho. Em alguns momentos, por exemplo, o capitão do PSG assiste a vídeos de Marquinhos para dar conselhos e ajudar em seu crescimento dentro de campo.
O perfeccionismo tem dado resultados para Marquinhos. Após dois anos como reserva na equipe francesa e muita pressão para se transferir, ele foi premiado com a titularidade a partir da venda de David Luiz ao Chelsea-ING. Na seleção, após o ouro olímpico, superou a concorrência e também está no primeiro time.
Agora, enfim, ele tem a possibilidade de atuar com aquele que era sua maior referência há muito tempo. Não apenas pela qualidade, mas também pelas semelhanças: Thiago é da classe dos zagueiros rápidos, mas baixos para o padrão da posição, o que raramente se mostrou um problema. Mesmo aos 32 anos, ele se mantém em alto nível na volta à seleção.
Ausente dos Jogos Olímpicos só porque não foi liberado pelo PSG e da convocação passada por lesão, Thiago agora cumpre o objetivo de jogar de novo pela seleção. A última participação dele foi na Copa América 2015, quando falhou em gol sofrido na eliminação contra o Paraguai, nas quartas de final, e saiu dos planos de Dunga. Mas, com Tite, deve acirrar em breve a luta por um lugar no time titular.