A partida da próxima terça-feira, contra a Venezuela, em Merida, será a quarta do Brasil sem Neymar nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Para Tite, o cartão amarelo sofrido na vitória por 5 a 0 sobre a Bolívia, nessa quinta (6), poderia ser evitado. Se por um lado ele defendeu o atacante pelo excesso de faltas recebidas, por outro frisou por mais de uma ocasião que ele precisa amadurecer diante desse tipo de situação. Autor de gol e duas assistências, Neymar foi o tema que dominou a entrevista.
"O que aconteceu no cartão foi o número excessivo de faltas para desequilibrar emocionalmente, provocar situações e não deixar a jogada fluir. Você fica toda hora falando, e fazendo falta. 'Ah, mas é do jogo e precisa o árbitro cuidar'. Sim, mas o meu é o outro lado. O meu lado é orientar para sua maturidade e evolução, porque os adversários vêm fazer isso. Coloquei no intervalo 'vai jogar, vai pra dentro'. (...) Vamos ter que suportar essas situações também", comentou Tite após o jogo.
Na sequência, perguntado sobre como será jogar sem Neymar, o treinador lembrou que o grupo de atletas precisa se sobressair. "A primeira entrevista que tive como técnico foi na seleção olímpica e com uma pergunta a respeito do Neymar. Dei a seguinte resposta e continuo coerentemente. É desumano colocar a responsabilidade de que ele deve solucionar a equipe. Ninguém faz isso. Da mesma forma que, se ele não nos ajudar na marcação e cumprir a função dele, vai sobrecarregar a equipe. Temos que ter as duas", acrescentou.
Mesmo com cartão amarelo e já suspenso, aliás, Neymar ficou em campo por 68 minutos. Tite explicou por que não antecipou a modificação. "A equipe está engrenada, ajustada, se formando com um atleta em nível técnico e de confiança altíssimo. Não vou prejudicar a equipe. Entra a maturidade do atleta de continuar. É um processo de maturidade. Vai continuar, não fala com o arbitro, não fala com o adversário. Nos dois primeiros terços do campo, toca mais rápido de lado. E fecha pra frente", receitou.