“A ginástica artística mudou a minha vida, mudou a vida da minha família e mudou a vida de muitas crianças”. A declaração de Kaethy Vasconcelos demonstra o amor dela pela modalidade, que a levou a criar o CT Kaethy Little, há pouco mais de uma década, em Cabedelo. Durante esta semana, ao todo, 43 participantes do projeto estarão participando do Torneio Nacional de Ginástica Artística 2025, que começou ontem, no Ginásio Ronaldão.
A competição é a última de ginástica artística prevista no calendário anual da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) a ser realizada no Brasil. A professora e responsável pela coordenação do CT Kaethy Little destaca que o desempenho dos atletas é resultado de um trabalho meticuloso, que envolve preparo físico, respeito às normas e anos de experiência.
“É muito tempo de treinamento, planejamento e organização, com toda a parte do treino e da preparação física, para que ninguém se machuque. Isso tudo é baseado no regulamento, porque a gente sabe que tem um regulamento. Então os elementos que estão além da gente são trabalhados durante o ano todo. É muita coisa, só que isso não foi da noite para o dia. A gente está lutando pelo ranking desde 2007, antes do CT surgir, em 2014. Em 2014, eu assumi a ginástica artística, esse esporte fantástico, desafiador, complexo, mas que muda e transforma a vida de muitas crianças”, declara ela.
A ideia de fundar o CT Kaethy Little surgiu após ela ter seus filhos e sua família envoltos na modalidade: um filho, Luan Vasconcelos, é ginasta e treinador; o outro, Kyan Vasconcelos, aos nove anos de idade, também já segue os caminhos da mãe e do irmão mais velho. Kaethy resume o sentimento de ser mãe, empresária e treinadora, sob a ótica do esporte.
“É uma satisfação, é Deus, porque tudo aqui tem uma história. A ginástica artística mudou a minha vida, mudou a vida da minha família e mudou a vida de muitas crianças. Então isso é um propósito. Graças a Deus, vai além da técnica, vai muito além de ser mãe, porque nós somos a família do CT Kaethy Little, e eu sou muito grata a tudo isso. Eu vivo aqui, esse é meu mundo”, comenta a coordenadora.
Esse é o segundo ano consecutivo que João Pessoa recebe uma grande competição da CBG (no ano passado, a capital paraibana sediou o Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística, com a presença de grandes nomes, como Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Jade Barbosa). Para Kaethy, isso é fundamental para o fortalecimento da ginástica em todas as regiões do país e para a valorização dos talentos fora do eixo Sul–Sudeste.
“É uma construção da própria CBG as oportunidades que estão dando para o Brasil inteiro de participar desses eventos, e isso uniu muito a ginástica, fez com que a gente crescesse, a união entre todos do nosso Brasil, a oportunidade dos grandes clubes darem a oportunidade para o Nordeste, para as outras regiões. Então eu agradeço muito, principalmente a Adriana Alves, que é a coordenadora. Ela fez toda a diferença para a ginástica do Brasil acontecer e ter mais união”, pontuou a paraibana.
O Torneio Nacional de Ginástica Artística conta com disputas em quatro categorias (Pré-Infantil, Infantil, Juvenil e Adulta). As competições ocorrem nos períodos da manhã, tarde e noite, e o acesso ao ginásio é livre; no entanto, no sábado (15) e no domingo (16), será necessário adquirir a entrada pela plataforma Sympla, de forma gratuita. As disputas também estão sendo transmitidas ao vivo, por meio da TV CBG, no YouTube.
Até o último dia da competição, ao todo, 1.416 ginastas, de nível iniciante a avançado, representando 91 entidades e 22 estados brasileiros, passarão pelo Ronaldão. O torneio também terá uma apresentação especial do ginasta Arthur Zanetti, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Londres 2012 e que também ganhou a prata nos Jogos do Rio 2016. Ele, que atualmente é embaixador do Comitê Olímpico Internacional (COI), vai se apresentar na prova das argolas no domingo.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 12 de novembro de 2025.