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Arquidiocese afasta padre Egídio

publicado: 28/09/2023 09h15, última modificação: 28/09/2023 09h15
Decisão foi tomada após o sumiço de 100 celulares, doados pela Receita Federal, e da abertura de investigação policial
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Investigação foi iniciada após o padre Egídio realizar denúncia a respeito do sumiço dos equipamentos - Foto: Marcos Russo

por Iluska Cavalcante*

A Arquidiocese da Paraíba anunciou o afastamento do padre Egídio de Carvalho de todas as suas funções eclesiásticas. O sacerdote está sendo investigado pela Polícia Civil por suposto envolvimento em atos ilícitos durante o período em que ocupou o cargo de diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa.

Em nota assinada pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, a Arquidiocese justificou que o afastamento acontece em obediência ao cân. 1722 do Código de Direito Canônico. Com isso, o padre Egídio está proibido de “presidir ou administrar, publicamente, qualquer sacramento ou sacramental, até o término do procedimento de investigação penal perpetrado nos termos do direito canônico”.

A defesa do padre emitiu uma nota pública logo após o anúncio da Arquidiocese, afirmando que não vai se pronunciar sobre o caso até que o advogado responsável, Sheyner Asfóra, analise todos os elementos da investigação.

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Defesa de padre Egídio Carvalho disse que não vai se pronunciar até a análise de todos os documentos da investigação - Foto: Reprodução Facebook

As investigações da Polícia Civil começaram após o próprio sacerdote realizar uma denúncia a respeito do sumiço de aparelhos eletrônicos doados pela Receita Federal ao Hospital Padre Zé. De acordo com a delegada Maíra Roberta, chefe de Gabinete da Delegacia-Geral, as investigações acontecem sob segredo de Justiça, mas o inquérito está perto de ser encerrado.

Egídio de Carvalho renunciou ao cargo de diretor do hospital no dia 18 de setembro. Logo em seguida, no dia 20 de setembro, a Arquidiocese da Paraíba anunciou que o padre George Batista, criador da Fundação São Padre Pio de Pietrelcina, passou a ocupar o cargo no Hospital Padre Zé.

Entenda o caso

Cerca de 100 celulares doados para o Hospital Padre Zé e que seriam vendidos em um bazar solidário foram furtados. Segundo a diretora-administrativa da unidade de saúde, Janine Dantas, o dinheiro que seria arrecadado com a venda dos telefones seria revertido para a aquisição de uma ambulância UTI e um veículo voltado à distribuição de refeições por parte da instituição filantrópica.

De acordo com a Polícia Civil, o caso segue em segredo de Justiça, no entanto, mandados de busca e apreensão foram cumpridos e um homem suspeito de participar do furto foi indiciado pelo crime.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 28 de setembro de 2023.