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Caminhoneiros protestam contra medidas do Governo e paralisam BR-101 Sul

publicado: 15/08/2017 00h05, última modificação: 15/08/2017 08h20
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Pneus e pedaços de madeira foram utilizados pelos manifestantes para fechar a BR-101 Sul - Foto: Evandro Pereira

tags: protesto , caminhoneiros , aumento de combustíveis , paraíba , br-101 sul


Cardoso Filho

Um protesto que durou cerca de dez horas provocou um grande engarrafamento na BR-101 Sul. No Km 26, caminhoneiros montaram barreiras nos dois lados da rodovia com pneus e pedaços de madeiras. O protesto foi iniciado por volta das 6h dessa segunda (14) e pegou muita gente de surpresa.

Para evitar o protesto, motoristas usaram rotas alternativas. Quem vinha de Recife em direção a João Pessoa teve que usar o acesso à cidade de Conde e pegar a PB-008, seguindo pelo Bairro Valentina Figueiredo.

Quem saía de João Pessoa praticamente não tinha alternativa. A única era passar pelo Bairro das Indústrias até as proximidades do Aterro Sanitário para sair na BR-101 e seguir viagem.
No entanto, cerca de duas horas depois de iniciado o protesto, após entendimento com a Polícia Rodoviária Federal, os caminhoneiros decidiram realizar o protesto apenas na BR-101, nos dois sentidos. O piquete foi montado próximo ao local onde funcionou a antiga Operação Manzuá.

Vários motoristas disseram que o protesto é justo, no entanto, não deveriam interromper o trânsito, pois “o direito de ir e vir está na Constituição”, disse o empresário Leandro Mota. Ele tinha horário marcado para embarcar no aeroporto de Recife para o Rio de Janeiro.

Os caminhoneiros também decidiram liberar a rodovia apenas para veículos de passeio, ônibus, ambulâncias, viaturas da polícia e também aqueles particulares que estivessem em caráter de emergência.

Alberto Fernandes, da União dos Caminhoneiros do Brasil, disse que estão sendo reivindicadas a revogação do decreto que aumentou o preço dos combustíveis, a aprovação do piso mínimo do frete e aposentadoria especial para a categoria, bem como a revogação do corte de verbas para a Polícia Rodoviária Federal.

Para ele, o corte na verba para a PRF também prejudica a categoria porque são os policiais que dão segurança nas rodovias federais, tanto para os caminhoneiros como aos demais motoristas. Alberto lembrou que o movimento foi comunicado ao Governo Federal desde o dia 1º deste mês.

O presidente do Sindicato dos Motoristas da Paraíba, Marcos Antônio, disse que a entidade apoia a manifestação em nível nacional, pois não somente a categoria, mas toda a população sofre com o aumento dos impostos. “Isso afeta o transporte de cargas, porque com o aumento dos combustíveis a tendência é reajuste nos preços dos alimentos, entre outras produtos”, reclama.

O deputado estadual João Bosco Carneiro Júnior, vice-presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, disse que estava no local para prestar solidariedade ao protesto dos caminhoneiros e considera justa a reivindicação, principalmente porque chama a atenção do governo. O parlamentar também se posicionou contra o corte de verbas da Polícia Rodoviária Federal, pois inibe o trabalho que eles exercem na segurança das rodovias e dos próprios caminhoneiros.

Uma das reivindicações é a aprovação do Projeto de Lei 528/15, que garantirá o piso mínimo por quilômetro rodado para o transporte rodoviário de cargas, acabando de vez com o frete de retorno.Logo no início do protesto, trabalhadores de empresas às margens da BR-101 tiveram que deixar os veículos, inclusive ônibus, e seguir a pé. A reclamação era geral, principalmente de pessoas que tiveram de andar cerca de um quilômetro para chegar à empresa.