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Celular é foco de contaminação e pode causar danos à saúde

publicado: 24/02/2018 21h05, última modificação: 24/02/2018 21h48
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Técnicos em eletrônica orientam os usuários a higienizar os aparelhos eletrônicos com álcool em gel em um lenço de papel - Foto: Marcos Russo

tags: celular , eletrônicos , limpeza , cuidado , contaminação , risco


Anézia Nunes

Especial para A União

Os fungos e bactérias estão em todos os lugares. Desde o banheiro até a cozinha, são milhares de microrganismos que se acumulam na nossa pele e também nos objetos que usamos. A melhor maneira de evitar o contágio é manter as mãos sempre limpas, porque são elas que passam os fungos e bactérias para os objetos e também para os alimentos que ingerimos. O técnico em eletrônica Jonatan Bernardo explica como se deve limpar um telefone celular ou um computador. “Os aparelhos eletrônicos podem ser higienizados com álcool em gel em um lenço de papel, sem exagerar na quantidade. Os aparelhos devem ser desligados antes da higienização. No caso do celular, também é importante retirar a bateria. Os telefones celulares são um dos objetos que mais manuseamos e que servem de veículo de bactérias”, complementa o técnico.

Só no Brasil existem 250 milhões de celulares funcionando, bem mais que os 190,7 milhões de habitantes indicados pelo Censo de 2010. Um estudo recente da Universidade de Londres mostrou que 92% dos celulares do Reino Unido estão contaminados por microrganismos, e que um em cada seis aparelhos tem contaminações ligadas a uma higiene pessoal ruim. Outro cuidado que o usuário deve ter com o celular é na hora de digitar, para não forçar demais os dedos. Usar apenas uma das mãos pode prejudicar as articulações, especialmente as do dedão. O certo é usar as duas mãos para segurar e para escrever no telefone celular.

Higienização

Aparentemente inofensivos, os aparelhos celulares estão entre os objetos de uso pessoal com alto nível de contaminação. Assim como as maçanetas das portas, xícaras, moedas, mãos de médicos e enfermeiras, os equipamentos podem ser responsáveis pela transmissão de doenças. Quem faz o alerta é a infectologista Ana Isabel. Ela afirma que, diante desse cenário, o mais indicado é não emprestar o telefone para outras pessoas. Fazer uma higienização frequente no teclado e na tela também é outra indicação, já que o contágio pode ocorrer pelas mãos ou pela boca, diretamente conectada ao celular.

"O celular envolve a mão e o contato com a boca, com a saliva, assim como outros objetos de uso pessoal. A limpeza do aparelho pode ser feita com pano seco, para remoção mecânica das bactérias, mas não é suficiente. Hoje, já existe uma substância, um produto com álcool e que tem leve poder de limpar a superfície. Serve para computadores e também para celular. O importante é seguir as regras gerais de higiene e não passar o celular para outras pessoas. Não há como mensurar o nível de contaminação, mas é sim uma superfície altamente contaminada", destacou Isabel.

Mércia Dias, técnica em aparelhos eletrônicos, também aconselha que não devem ser usados aplicativos de antivírus, já que eles mesmo transmitem vírus para o aparelho. Ela também orienta a evitar baixar muitos aplicativos para não corromper a memória, principalmente quando o aparelho tem uma memória pequena. “Para a limpeza do celular ou outros aparelhos eletrônicos é recomendado o uso do álcool isopopilico, que é um álcool que retira quase 100% das bactérias e também é um produto utilizado para limpar placa de celular. Não se deve usar álcool ou acetona”, orienta Mércia.

Fabio Jean é um dos poucos que tem o hábito de limpar o aparelho celular que utiliza na maior parte do seu dia dia. “Limpo sim o meu aparelho sempre que tenho tempo, limpo com um pano com álcool isopopílico para retirar as bactérias e limpo quando termino uma ligação pois fica resíduos de suor na tela. Evito levar o aparelho ao banheiro e à mesa”, esclarece Jean. Tiago Marcelo também tem o hábito de limpar o aparelho telefônico. “Uso apenas o pano umedecido de criança para limpar o celular e a capinha de proteção. O fone de ouvido não limpo pois não tenho o hábito de usar o objeto. Recomendo que as pessoas limpem o aparelho ao menos três vezes na semana para evitar a proliferação de bactérias e o risco de doenças”, orienta Tiago.

Dicas para a limpeza correta dos eletrônicos

Com o tempo de uso, os equipamentos eletrônicos vão ficando sujos. O que fazer para deixá-los limpos sem comprometer o que está em seu interior, ou mesmo as telas ou superfícies? “Poeira e sujeira acumulam nas superfícies dos equipamentos com facilidade. Além disso, a gordura e o ácido das mãos impregnam nos celulares, juntando germes e bactérias. Criar uma rotina de limpeza é questão de saúde e bem-estar”, afirmou a infectologista Ana Isabel. Se você está no grupo de pessoas que quer livrar seus aparelhos de manchas, poeira e outros tipos de sujeira, veja a seguir algumas dicas para manter os equipamentos em bom estado:

Limpeza é saúde

Limpar eletrônicos ainda é recente no Brasil, por isso, antes de pensar em higienizar apenas para mantê-lo com aspecto melhor, deve-se levar em consideração que ter um aparelho limpo é questão de saúde e bem-estar. Equipamentos eletrônicos acumulam sujeira, pó, germes e bactérias. É sempre indicado que o usuário consulte as recomendações do fabricante do aparelho. Caso o equipamento tenha um produto de limpeza específico, constará no manual ou, ainda, pode ter informações mais detalhadas, como periodicidade da limpeza e outras instruções.

Quando ouvir de alguém “passa um pouquinho de álcool que resolve”, desconsidere, assim como alvejantes e produtos à base de sabão. Esses são os grandes vilões de qualquer equipamento eletrônico. O álcool tem poder desengordurante e elimina facilmente gorduras e sujeiras dos equipamentos, mas também é agressivo para esses. Ele penetra nas estruturas dos plásticos e telas dos aparelhos e os resseca, podendo causar manchas, rachaduras e quebras. Outros produtos de limpeza em geral possuem aditivos básicos com PH altos, que podem reagir com as superfícies delicadas dos equipamentos, podendo causar manchas e outros danos.

A limpeza diária de computadores com um produto antiestático, por exemplo, ajuda a reduzir o acúmulo de poeira e sujeira, diminuindo assim uma das causas de fadiga ocular. Além disso, para aqueles que têm problemas alérgicos, como rinite, eliminar a poeira também é um aliado à saúde. O ideal é nunca aplicar líquidos diretamente sobre as superfícies, pois apesar de seguros eles podem penetrar na eletrônica dos equipamentos e causar danos irreparáveis. Por isso, é recomendado que a aplicação seja feita por meio de lenços e toalhas que, geralmente, acompanham os produtos.

Nos celulares, devido à alta tecnologia dos aparelhos atuais, os produtos de limpeza de telas são uma excelente opção para a limpeza dos aparelhos. Se possível, eles devem ser limpos diariamente, pois acumulam gordura corporal, além de ácidos trazidos pelas mãos e outras sujeiras transmitidas pela boca e face. Nos tablets, embora não sejam ponto de contato direto com a boca e face, as mãos carregam germes e bactérias. Por isso, se possível, a limpeza deve ser diária e utilizar produtos específicos para limpezas de telas – afinal os tablets são compostos basicamente por telas sensíveis e merecem cuidados especiais.

Nos computadores, teclados, notebooks e impressoras, ar comprimido para limpá-los é uma boa escolha de produto. Isso vai remover quaisquer indícios de poeira e acúmulo de sujeira, e pode ser usado em diversas direções, facilitando a limpeza. Recomenda-se a higienização pelo menos uma vez por semana. Em telas em geral, recomenda-se a limpeza uma vez por semana, e esta pode ser feita com um pano de microfibra em conjunto com produtos específicos indicados para telas. No controle remoto, de mão em mão, o acúmulo de sujeira cresce rapidamente. Recomenda-se o uso de ar comprimido, produto antiestático e um pano de microfibra para fazer a limpeza adequada uma vez por semana.

Escolha o produto correto

Hoje já existem produtos destinados para cada tipo de equipamento eletrônico. Porém, é essencial ficar atento às descrições de cada produto e equipamento para evitar incompatibilidades e defeitos posteriores. Opte sempre por itens à base de água ou formulações especiais com álcoois específicos. O uso de produtos químicos inadequados pode trazer riscos aos usuários, principalmente durante a aplicação dos produtos nos equipamentos energizados, que geram calor natural por estarem ligados às tomadas.