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Chuvas afetam trechos, mas triplicação avança

publicado: 17/05/2024 09h34, última modificação: 17/05/2024 09h34
De acordo com o Dnit, obras na rodovia devem ser entregues em 2025
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Cronograma das obras foi alterado devido a chuvas, interferências e desapropriações | Foto: Leonardo Ariel

por Samantha Pimentel*

Quem circula pela BR--230, no trecho que compreende o município de Cabedelo, no sentido João Pessoa, pode perceber que as obras de triplicação da rodovia vêm se estendendo por cerca de oito anos, sem conclusão. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pelo projeto, os trabalhos – que foram retomados no fim do ano passado, após uma paralisação causada por problemas com a construtora – têm sido parcialmente afetados pelo período de chuvas na região. A previsão de conclusão das obras, no entanto, se mantém para 2025, conforme já divulgado pelo órgão.

O superintendente do Dnit na Paraíba, Arnaldo Monteiro Costa, destaca que os novos prazos vêm sendo cumpridos: “Temos todo um cronograma que está sendo seguido fielmente. Logicamente, em virtude de algumas chuvas e um inverno atípico, tivemos que interromper determinado tipo de serviço. Mas parar a obra, nunca”.

Ele também explica que, enquanto não é possível trabalhar em certos trechos das marginais, devido às precipitações, outras partes das obras avançam. “Alguém pode passar agora pelo quilômetro 10 ou 9 e pensar que não estamos trabalhando, mas estamos no quilômetro 6 com serviço de drenagem e, até a próxima semana, devemos iniciar a construção do desvio, para que já possamos começar o viaduto do Renascer”, acrescenta Arnaldo, salientando, ainda, que o projeto tem recursos assegurados para sua conclusão no próximo ano: “Temos, aproximadamente, R$ 100 milhões em caixa e queremos entregar esse trecho totalmente pronto até 2025”.

Transtornos

O gerente de um dos estabelecimentos da região, Luiz Mário Bartolomeu de Medeiros, afirma que os transtornos causados pelas obras na BR-230 vêm prejudicando o comércio local. De acordo com ele, a redução na movimentação em sua loja, que fica em frente a um dos trechos paralisados do projeto, foi de cerca de 60%. “Os clientes não querem vir comprar produto, porque não têm como chegar à loja, principalmente quando chove”, comenta o gerente, contando, ainda, que o acúmulo de lama na área tem gerado quedas de transeuntes e atolamento de carros.

“Nós entendemos a indignação dos comerciantes. Esta é uma obra de 2018, que ficou estagnada por muitos anos”, diz o superintendente do Dnit, lamentando os problemas vivenciados pela população que reside e trabalha na área, mas ressaltando que as equipes que operam nas obras têm buscado minimizar esses incômodos.

Novo viaduto deve ser concluído em agosto

Com o objetivo de facilitar o trânsito na Zona Sul de João Pessoa, as obras do viaduto que vai interligar o bairro de Água Fria à Rua Presidente Ranieri Mazzilli, no Cristo Redentor, devem ser concluídas em agosto, segundo informações da equipe responsável pela execução dos trabalhos no local. Construído pelo Governo da Paraíba sobre a BR--230, na capital paraibana, o viaduto representa a primeira etapa de um projeto que deve ser concluído até dezembro deste ano.

O engenheiro auxiliar da obra, Hortêncio Pereira, explica como está o ritmo dos trabalhos no local: “A gente iniciou a terra armada, que é o assentamento das escamas de peixe e o aterro armado no muro, no sentido Bayeux. No sentido Cabedelo, estamos executando o nosso colchão drenante, que é o dreno do viaduto, junto com a soleira. Posteriormente, iremos executar o assentamento das escamas de peixe e, junto com a terra armada, em paralelo, no lado do sentido Bayeux”.

A previsão inicial de entrega do viaduto era para o primeiro semestre deste ano, mas o cronograma dos trabalhos foi alterado – e não apenas devido às chuvas na área.  “Como é uma obra no contexto urbano, temos tido problema de interferências, com tubulações da Cagepa [Companhia de Água e Esgotos da Paraíba], tubulação de drenagem da prefeitura, da PBGás [Companhia Paraibana de Gás]. E, além disso, a gente também teve outros problemas com desapropriação, envolvendo o entorno da obra”, relata o engenheiro supervisor do projeto, João Luiz Franca Ribeiro, que atua a serviço do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER-PB).

Projeto tem cerca de R$ 100 milhões em recursos assegurados para sua conclusão | Foto: Leonardo Ariel

Sobre os novos prazos de entrega das obras, ele adianta: “A gente tem uma previsão [de conclusão] da primeira etapa para agosto, e o prazo final, com todas as etapas, é dezembro. Em agosto, será entregue a estrutura do viaduto, ficando para dezembro os aterros de acesso, a parte de drenagem e a parte das marginais”.

Com cerca de 1 km de extensão, o Viaduto de Água Fria deverá facilitar o trânsito entre os bairros do Cristo Redentor, Ernesto Geisel, José Américo e Mangabeira, além do tráfego na BR-230, entre o Estádio Almeidão, o Centro Administrativo Municipal da Prefeitura de João Pessoa, a Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa) e a sede da Polícia Rodoviária Federal. O investimento é de R$ 35,6 milhões, por meio de recursos próprios do Estado, e estima-se que a obra beneficie mais de 800 mil habitantes, especialmente a população que reside na Zona Sul da capital.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 17 de maio de 2024.