A Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida”, por meio do eixo Cultura, Esporte e Lazer, retomou o projeto Cine Transformar, nas unidades socioeducativas da Fundac, após 50 dias de paralisação por causa da pandemia. O Projeto, que busca usar o cinema como ferramenta de educação e, assim, auxiliar no desenvolvimento do socioeducando, a partir de agora, segue novas regras de exibição, com o intuito de evitar o risco de contágio de covid-19.
Segundo Nilton Santos, coordenador do eixo Esporte, Cultura e Lazer da Fundac, o Cine Transformar volta com as atividades nas unidades socioeducativas da região de João Pessoa, executada pelo idealizador do Projeto, o jornalista e cineclubista Orlando Macena Júnior; e no CEA, em Sousa, pelo assistente social Alexandro da Silva Fernandes.
“Nosso principal objetivo com a retomada do Projeto é amenizar as tensões emocionais e de ansiedade provenientes do isolamento social, evidenciando o papel audiovisual como uma importante ferramenta de apoio à educação e às práticas de lazer, além de promover a inclusão social usando o instrumento como elemento multiplicador da informação”, explicou Orlando Júnior.
“As atividades do Cine Transformar estão seguindo um novo plano de exibição, que considera as medidas básicas de saúde e segurança, levando em consideração as recomendações dos Eixos da Fundac, para evitar o risco de contágio do covid-19, nesse tempo de pandemia”, enfatizou o coordenador do eixo Esporte, Cultura e Lazer.
De acordo com Orlando, a retomada do Cine Transformar aconteceu no Centro Educacional do Adolescente, em João Pessoa, nessa terça-feira (02), e seguirá um cronograma semanal com duas exibições diárias em cada unidade socioeducativa. Nesse primeiro momento o projeto exibe o filme "Encurralado", seguido de uma conversa/debate sobre dois assuntos: os nossos medos e os nossos inimigos, que nem sempre são de carne e osso.
“Diante da pandemia, onde as incertezas são as tônicas de discussões acaloradas, apontar caminhos para se tentar, ao menos, diminuir impactos negativos é obrigação de qualquer indivíduo que esteja preocupado com seu semelhante e as mudanças que o mundo terá que conviver pós-covid-19”. A volta do Cine Transformar às unidades, depois de um intervalo de mais de 50 dias, servirá como um respiro de arte para os socioeducandos, que passam a ter mais uma alternativa ao seu dia-a-dia, já bastante prejudicado por algo que ainda estamos aprendendo como lidar”, desabafou o oficineiro.
Antes da suspenção das atividades lúdico-pedagógicas, em consequência da pandemia mundial do Covid-19, o Cine Transformar já tinha realizado 45 sessões, nas cinco unidades socioeducativas da cidade de João Pessoa, e cinco exibições no CEA de Sousa, durante a 3ª edição do Circuito Verão Jovem, em janeiro de 2020. As exibições alternaram filmes comerciais, com filmes com propostas diferenciadas de estéticas não comerciais, fora do circuito tradicional da produção cinematográfica.
“Nessa etapa demos uma atenção especial à seleção dos filmes, colocamos alguns de aventura, mas sempre com atenção aos temas que busquem promover a diversão e a realização de atividades nas "rodas de conversas". Com isso esperamos contribuir um pouco com os socioeducandos, já que eles estão sem suas atividades normais como escola e cursos. De certo modo, o Cine Transformar vem preencher essa lacuna e amenizar o estresse e a ansiedade”, disse Orlando Júnior.
Para esse novo ciclo do Projeto, a coordenação programou filmes de longa metragem como: De Volta para o Futuro I, Encurralado, Indiana Jones, e o Templo da Perdição, e filmes de curta metragem como: Ninguém Nasce no Paraíso, Eu Não quero Voltar Sozinho, Repense o Elogio, Fareweel e Reach – Liberdade Além da Janela.
“A tarde de retomada da atividade foi encantadora e muito bem recebida pelos adolescentes do CEA. Agradecemos ao oficineiro Orlando Macena, pela ótima condução do Cine Transformar e pela contribuição que vem dando no desenvolvimento lúdico-pedagógico dos adolescentes e jovens em cumprimento de medidas nas unidades socioeducativas da Fundac”, comentou Nilton Santos.