por José Alves*
A cesta básica em João Pessoa ficou mais cara no mês de janeiro deste ano e nem o valor médio do Auxílio Brasil, de R$ 407,54, foi suficiente para adquirir os produtos. De acordo com o relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica na capital teve uma alta de 5,45% em relação ao mês de dezembro de 2021 e chegou ao valor de R$ 538,65.
A cesta básica é composta por 13 alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, sal, açúcar, óleo e manteiga. O propósito da cesta básica, como o próprio nome sugere, é fornecer os produtos mais essenciais para o sustento de uma família.
Segundo comerciantes, existem diversos itens que podem ou não integrar as cestas básicas. Alexandre Trindade Leite, proprietário de um estabelecimento no bairro do Jacaré, em Cabedelo, informou que existem três tipos de cesta básica à venda no local. Uma delas destinada ao pessoal de baixo poder aquisitivo que mora em comunidades carentes (R$ 40), outra para o trabalhador da construção civil (R$ 80) e a terceira cesta é aquela que o cliente elege o que quer levar e que pode ultrapassar os R$ 100.
Para os técnicos do Dieese, alguns produtos de primeira necessidade devem estar presentes em qualquer modelo de cesta básica, a exemplo de açúcar, arroz, café, farinha de milho, farinha de trigo, feijão, macarrão, óleo de soja, sal e biscoito. “Os produtos da cesta básica vêm sofrendo reajustes desde o início da pandemia. O motivo foi que as pessoas passaram a ficar em isolamento e consumindo mais”, explicou o comerciante Manoel Pereira dos Santos.
Realidade nacional
Ainda de acordo com os técnicos do Dieese, em janeiro, o valor do conjunto dos alimentos básicos teve aumentos expressivos em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%). São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).
Levantamento do Dieese estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Levando em conta todos esses fatores, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 5.997,14 ou 4,95 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 09 de fevereiro de 2022