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Aleitamento materno traz benefícios e fortalece laços entre o bebê e a mãe

publicado: 27/04/2017 00h05, última modificação: 27/04/2017 15h37
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De fácil digestão, o leite materno é um alimento completo que contém todos os nutrientes e sais minerais de que o bebê necessita - Foto: Secom-PB

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A amamentação é muito mais que alimentar o bebê. É também uma demonstração de amor, que proporciona um momento de carinho, estreitamento e fortalecimento dos laços afetivos entre a mãe e o bebê, além de contribuir para a redução da mortalidade materna e neonatal.

De acordo com a diretora do Banco de Leite Humano Anita Cabral, Thaise Ribeiro, o aleitamento beneficia o bebê e também possibilita inúmeras vantagens para a mamãe. “Além de reduzir em até 22% a mortalidade neonatal, oferecer o alimento logo após o parto auxilia ainda nas contrações uterinas, o que possibilita que o útero volte ao tamanho normal mais rápido, diminui o risco e gravidade de anemias e hemorragias, reduz o peso e minimiza o risco de desenvolver, no futuro, o câncer de mama e de ovário, além de doenças cardiovasculares e diabetes”, destacou.

O leite materno é um alimento completo, que contém os nutrientes e sais minerais que o bebê precisa até os seis meses de idade, não sendo necessário oferecer outro tipo de alimento, como chás, sucos, água ou outros leites. Por este motivo, deve ser oferecido de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida e mantido até os dois anos ou mais de vida, mesmo após a introdução de novos alimentos.

“É de fácil digestão para o bebê, provoca menos cólicas e ajuda no desenvolvimento dos dentes, da fala e da respiração. Além disso, funciona como uma vacina natural, protegendo a criança contra doenças, alergias, infecções e obesidade”, ressaltou Thaise Ribeiro.

No entanto, para que a amamentação seja um sucesso, a mãe precisa seguir algumas recomendações importantes, a exemplo de ter uma dieta equilibrada, consumindo alimentos saudáveis de todos os grupos alimentares, como frutas, verduras e legumes, ingerir no mínimo quatro litros de água, além de sucos, e evitar o uso de chás e café em excesso. O consumo excessivo de sal deve ser evitado.

Em relação ao uso de medicamentos, Thaise destaca que é necessário que a mulher consulte um serviço de referência em amamentação ou o próprio médico para saber se o medicamento é seguro para ser administrado durante a fase de amamentação.

A diretora orienta que, após o período de licença e o retorno ao trabalho, o ideal é que as mães mantenham o estímulo à produção de leite. “Antes de retornar, a mãe já pode ordenhar e conservar o leite durante 15 dias no congelador. Se isso acontecer no início da lactação, o alimento pode ser encaminhado para o banco de leite, pois após a pasteurização o leite materno tem validade de seis meses congelados, podendo ser oferecido esse estoque ao bebê na volta ao trabalho. Outra boa alternativa é ordenhar o leite durante o expediente, fazendo a retirada manual ou utilizando uma bombinha de sucção. O leite extraído pode ser guardado na geladeira por 12 horas e oferecido ao bebê no outro dia. Quando não estiver no trabalho, a mãe pode amamentar normalmente”, explicou.

Dados

Desde a implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno, no início da década de 1980, o tempo médio de aleitamento materno no país aumentou um mês e meio. O tempo médio era de 296 dias, em 1999 e passou para 342 dias, em 2008, em capitais e no Distrito Federal.

O índice de Aleitamento Materno Exclusivo (AME) de crianças com menos de quatro meses também cresceu. Uma pesquisa realizada em 2008 mostra que passou de 35%, em 1999, para 52%, em 2008. Os estudos ainda revelam uma média nacional de 54,1 dias de amamentação exclusiva em menores de quatro meses. Na Paraíba, a média é de 49,6 dias.

Coleta de leite

Nos últimos anos, o estado quase que dobrou a coleta, saindo de 4.734 litros de leite coletados, em 2010, para uma média de 7 mil litros coletados, em 2016. Além disso, dobrou o número de bebês beneficiados com o leite pasteurizado pelo banco. Em 2010, foram atendidos 5.029 receptores de leite, enquanto que em 2016 foram mais de 11 mil crianças que receberam esse produto. Foram realizadas mais de 10 mil visitas domiciliares e atendidas mais de 120 mil mulheres.