Carros, bicicletas, motos e pedestres circulam na ponte Serafim Rogriguez Martinez, mais conhecida como Ponte das Três Ruas, desde a última sexta-feira (1o), quando o Governo do Estado realizou a sua solenidade de inauguração. No evento, o governador João Azevêdo enfatizou que a obra beneficiaria, de forma direta, cerca de 300 mil pessoas — prognóstico que, além de perceptível a olhos nus, já foi comprovado pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP).
Ajustes
Os taludes serão estabilizados com aplicação de concreto projetado, hidrossemeadura e instalação de descidas de água e dissipadores
A partir do patrulhamento in loco e do monitoramento pelas câmeras do Centro Operacional de Trânsito e Transporte (Cott), a Semob-JP confirmou, no início da manhã de ontem, que o uso da nova ponte já traz resultados positivos à mobilidade da região do Bairro dos Bancários. Ao conectar o Parque das Três Ruas — obra entregue pela Prefeitura de João Pessoa, há dois meses —, à Rua Tabelião Estanislau Eloy, que fica por trás da Universidade Federal da Paraíba (UPFB), a ponte desafogou o trânsito da Rua Empresário João Rodrigues Alves, logo na entrada do bairro, e das vias que fazem confluência com ela. Uma dessas vias é a Rua Antônio Miguel Duarte, por onde o fluxo vindo das Três Ruas precisava passar, para sair do bairro.
“Constatamos que a ponte já está reduzindo o congestionamento na avenida principal do bairro e seguiremos monitorando a região, inclusive, com a participação dos agentes de mobilidade, para sanar dúvidas e orientar a população”, ressaltou Expedito Leite Filho, superintende da Semob-JP.
Melhorias
O trânsito funciona normalmente, mas a obra ainda passará por alguns retoques necessários à sua segurança e durabilidade. Segundo Romário Alvino, engenheiro civil do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PB), para a construção da ponte, foi necessário realizar uma série de cortes e aterros, e essas intervenções geraram taludes — ou seja, inclinação no terreno, devido à escavação.
No intuito de combater esse processo, os taludes serão estabilizados com o uso de duas técnicas: concreto projetado (aplicação desse material na parede do talude) e hidrossemeadura (plantio de vegetação nos terrenos inclinados). “Do contrário, no futuro, o solo poderá apresentar erosão, devido às chuvas”, disse Romário. O DER também instalará descidas de água (para conduzir as torrentes que se forma com as precipitações pluviométricas) e dissipadores (dispositivos que reduzem a velocidade do escoamento, o que garante a durabilidade das estruturas e a proteção do meio ambiente do entorno).
Além disso, haverá o replantio de árvores, conforme determinou a licença ambiental. “Para compensar a área de vegetação suprimida na região da ponte, serão plantadas árvores do mesmo bioma, que é a Mata Atlântica, em outro local”, disse Germana Toscano, chefe de Divisão do Meio Ambiente do órgão. O local do replantio, segundo ela, ainda será definido com a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema). Essas obras serão iniciadas ainda nesta semana.
Saiba Mais
Serafim Rodriguez Martinez, que dá nome à nova ponte, foi o primeiro diretor-geral do DER. Além de engenheiro, ele também atuou como vice-reitor da UFPB por cinco vezes. A estrutura possui 15 m de altura, 25 m de largura e 80 m de comprimento. Composta por duas rotatórias, foi pensada para liberar o trânsito no Bairro dos Bancários, principalmente pela manhã e no começo da noite.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de novembro de 2024.