Como parte da programação comemorativa em homenagem aos 40 anos de fundação do Museu José Lins do Rego, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) realiza, às 9h de hoje, uma palestra, além de abrir uma exposição com fotografias e documentos da época da abertura do empreendimento. O museu situa-se no subsolo da rampa 4 do Espaço Cultural José Lins do Rêgo, localizado no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.
A palestra ocorrerá no hall do Museu José Lins do Rego e será ministrada pela museóloga Jéssica Teles, que falará sobre a importância desse gênero de espaços de preservação da memória. Jéssica atua no Centro Cultural São Francisco, na capital, e é graduada em Museologia, além de mestra em Museologia e Desenvolvimento Social, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é especialista em Arte e Educação.
O rico acervo do Museu José Lins do Rego contém livros, móveis, fotos, documentos e objetos relativos ao escritor paraibano homônimo e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), conforme explica a gerente do local, Maria do Carmo Pereira Diniz. São mais de cinco mil itens à mostra para os visitantes, que podem visitar o ambiente de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, ou aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. 
Inaugurado no dia 19 de março de 1985, o equipamento recebe visitas de escolas, universidades, pesquisadores e turistas, além do público local em geral. O lugar oferece orientações e apoio à pesquisa em torno da obra de José Lins do Rego, assim como abre espaço para exposições temporárias. Em 2020, foi disponibilizado um tour virtual pelo museu, por meio de imagens que apresentam detalhes do acervo.
Consagrado
José Lins do Rego foi um dos mais renomados autores da Paraíba, tendo criado obras como “Menino de Engenho”, “Fogo Morto” e “Doidinho”. Ao todo, sua produção literária conta com 12 romances, um livro de memórias, volumes de crônicas e literatura infantil. Inglês, russo, espanhol e romeno são alguns dos idiomas que ganharam traduções de obras do escritor.
Ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz e Jorge Amado, José Lins é um dos romancistas regionalistas mais prestigiados da literatura nacional. Nasceu em Pilar, em 3 de junho de 1901 e foi radicado no Rio de Janeiro, tendo se tornado, inclusive, torcedor e até dirigente do Flamengo. Ele faleceu em 12 de setembro de 1957.
Hip-hop é outro destaque no Espaço Cultural
A partir de hoje o Espaço Cultural também sedia o Circuito Hip-Hop Paraíba, que chega à capital após ter passado por Cajazeiras e por Campina Grande. A programação, que é gratuita, estende-se até o domingo (9).
Hoje, o destaque é a oficina “Bounce: O Mover do Hip-Hop Dance”, com Ayleen, a partir das 9h. Mais tarde, das 14h às 22h, o DJ Gui Raiz ministra a oficina “A Arte do DJ: Formas e Ferramentas para Interagir com a Música”.
Já amanhã, das 9h às 17h, ocorrem duas oficinas: “Corpo de Batalha”, com Bgirl Pekena, e “Diásporas Musicais Negras e Hip--Hop: Caminhos para uma Consciência Musical”, com DJ Zeeb. A solenidade de abertura do circuito começa às 19h, no Teatro de Arena, com participação do secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, além de MC Negrão, Thayroni Arruda e Gabi Benvenutty, falando do tema “Da Rua à Política: o Hip-Hop como Cultura de Estado”. Ainda no Teatro Arena, ocorrerão apresentações de MC Pretinha e Princesa Raquel.
A programação do sábado (8) tem início às 9h, com uma ação de pintura ao vivo com Gardpam e o workshop de breaking, com facilitação de Bart. Das 18h30 às 19h30, acontece o espetáculo “Raxa”, do coletivo SoulBrazil. As batalhas de breaking começam às 19h40, enquanto as de MCs serão às 21h40. Todas as ações do dia ficarão concentradas no Teatro de Arena, incluindo a pintura em graffiti, com artes de Flora Santos, Dedo Verde e Mulinga.
O último dia traz, às 14h, o workshop de DJ, com Erick Jay, que se apresenta com discotecagem, às 19h35. Já a batalha de slam tem início às 16h35. À noite, haverá shows de Filosofino, às 20h40, e de RAPadura Xique-Chico, às 22h.
Seleção
O edital para o circuito selecionou propostas artísticas e formativas nas linguagens de rap, danças urbanas, graffiti, discotecagem (DJ) e oficinas voltadas à cultura hip-hop. Os valores de remuneração variam de R$ 1.500 a R$ 4.500, a depender da proposta e da categoria, de acordo com edital da Fundação Espaço Cultural da Paraíba.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 6 de novembro de 2025.