O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), administrado pela Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de João Pessoa, celebra o nascimento de mais um filhote de bugio em seu plantel. A fêmea Isolda, mesmo em idade avançada, segue se reproduzindo com sucesso, formando uma família saudável e fortalecendo o grupo da espécie.
De acordo com a bióloga Marília Maia, o novo nascimento é um indicativo claro de que os animais estão em ambiente adequado, com sinais evidentes de bem-estar. “Isolda é uma fêmea que tem se reproduzido com bastante facilidade, mesmo sendo mais idosa. Isso mostra que ela está bem, com saúde, e que o ambiente está adequado. Já temos um grupo grande, com machos e fêmeas. A penúltima a nascer foi a Íris. Agora, vamos deixar que o público escolha o nome desse novo filhote por meio de uma votação no Instagram”, explicou.
Marília também destacou que, embora muitas pessoas questionem a possibilidade de soltura desses animais na natureza, o processo exige planejamento técnico rigoroso. “Não basta querer soltar. É necessário que exista um projeto específico, com pesquisas, protocolos e acompanhamento. Os bugios fazem parte de um plano nacional de manejo e conservação, como ocorre com outras espécies, como a onça-pintada e o mutum. Eles são acompanhados em nível nacional e podem integrar projetos futuros de reintrodução, sempre dentro de critérios técnicos”, acrescentou.
Preservação animal
O chefe da Divisão de Zoológico do Parque, Thiago Nery, reforçou o papel da Bica na conservação da fauna silvestre. Recentemente, o parque recebeu novos animais encaminhados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre eles uma capivara filhote, três gatos-do-mato jovens, um socó, seis maracanãs, um frango-d’água, dois saguis amputados e uma anta resgatada das queimadas em Roraima.
Segundo Thiago, todos esses animais passaram por avaliações técnicas que comprovaram a impossibilidade de retorno à natureza, seja por terem sido domesticados ou por sequelas decorrentes de ações humanas. “Esses animais são acolhidos, adaptados e passam a receber acompanhamento técnico permanente. Muitos sofreram acidentes, foram criados como pets ou perderam os pais. Aqui, recebem os cuidados necessários e se tornam parte dos esforços de educação ambiental e conservação da biodiversidade”, afirmou o especialista.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de agosto de 2025.