Notícias

Funad realiza debate sobre desafios da inclusão escolar do autista

publicado: 05/04/2017 00h05, última modificação: 05/04/2017 01h36
Autismo Inclusão Escolar_F.jpg

Durante a abertura da discussão, a presidente da Funad, Simone Jordão, destacou que a falta de conhecimento sobre o autismo é um dos principais desafios enfrentados pelos portadores do transtorno - Foto: Evandro Pereira

tags: autismo , funad , joão pessoa , dia do autismo , programação


Teresa Duarte

Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que para cada 88 nascidos nos países ocidentais, um é autista, observando-se uma prevalência no sexo masculino (há uma estimativa de que o autismo acomete de três a quatro meninos para cada menina). Com base nesses dados, estima-se que na Paraíba existam de 30 a 40 mil autistas. Nesta semana dedicada ao Dia Mundial da Consciência do Autismo, a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad), órgão público na Paraíba que trata o autista, elaborou uma programação semanal alusiva à data. Na manhã de ontem, familiares, usuários e profissionais que lidam com o autista lotaram o Auditório Jimmy Queiroga, na sede da Funad, em João Pessoa, para debater sobre os desafios e experiências da inclusão escolar da pessoa autista na escola.

O tema foi abordado pela professora mestra e especialista em psicopedagogia institucional e assessora de educação especial da Funad, Ana Cristina de Almeida. Em sua explanação, a professora enfocou os marcos legais que fundamentam a inclusão da pessoa autista no ensino regular, destacando a importância dos direitos do autista na sociedade. “Nós estamos realizando essa programação porque o autista tem que ter os seus direitos assegurados na educação e debater sobre temas e atividades que visam o seu desenvolvimento é o nosso foco principal”, afirmou.

A presidente da Funad, Simone Jordão, fez a abertura do evento destacando dentre os problemas enfrentados pelo autista na sociedade, a falta de conhecimento sobre a doença. “O nosso foco é orientar e apoiar os pais que enfrentam o desafio de cuidar de uma criança tão especial e os problemas enfrentados no seu dia a dia. O nosso atendimento é realizado por meio do Serviço Especializado em Reabilitação Intelectual (SERI)”, lembrou.

Além do debate, que também contou com a participação da Escola Municipal Santa Ângela, Escola Cidadã Integral Pastor João Pereira (Escola Técnica Estadual) e o Instituto Pessoense de Educação Integrada (IPEI), foi preparada uma programação cultural. Uma exposição fotográfica foi montada no hall de entrada do auditório retratando momento de descontração dos usuários durante o seu atendimento. O usuário Luiz Felipe fez uma apresentação musical, enquanto era passada uma exposição fotográfica em slide. Amanhã, a programação segue com atividades recreativas com usuários e familiares, no período da manhã, na piscina externa da Funad.

A data

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Consciência do Autismo. Mobilizou-se, assim, para mostrar ao mundo que há pessoas um pouco diferentes das outras, mas que, na sua essência, são tão humanas quanto as outras, podendo enfrentar as dificuldades e as barreiras que a sociedade lhes apresenta. Alguns conseguem mesmo constituir família e ter uma vida profissional normal.

Autismo

É uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, interação social e no uso da imaginação com apresentação de problemas comportamentais. Essa síndrome vem crescendo bastante. Conforme estatísticas realizadas até o ano passado, de cada 110 crianças uma era autista. Hoje esse dado já é de uma autista para 88 crianças nascidas.

O primeiro sinal é a falta de contato visual. O bebê não olha nos olhos da mãe; seu olhar fica vagando, sem se fixar. Outros sinais de alerta são a falta de resposta de bebê a estímulos do ambiente – ele não dá “tchauzinho”, não manda beijos, não se vira quando é chamado, assim como raramente sorri ou balbucia. Também é comum que uma criança autista não goste de ser tocada, esquivando-se e até mesmo tornando-se agressiva para evitar o contato físico.