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Hospital do Bem registra cura do câncer em 24 mulheres

publicado: 03/02/2020 11h26, última modificação: 03/02/2020 11h26
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O Hospital do Bem, unidade de oncologia que integra o Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, de Patos, tem um papel importante no que diz respeito ao acolhimento e tratamento de pacientes com câncer no sertão paraibano. Somente no ano passado, a unidade realizou 1.296 sessões de quimioterapia, 3.342 consultas por especialidades e ainda 534 cirurgias, em pacientes de 84 municípios. Nesse universo, ao longo de 2019, 24 mulheres comemoraram a cura da doença e tocaram um sino, localizado no hall da unidade, que simboliza a superação do câncer após o final do tratamento.

Uma dessas mulheres foi a professora aposentada Miriam Medeiros dos Santos, de 65 anos, da cidade de Malta, que superou um câncer de mama. Dona de uma alegria contagiante, Miriam desde o diagnóstico da doença até a cura, nunca perdeu a alegria de viver, nem deixou de sorrir. Nem mesmo quando seus cabelos caíram, após a primeira sessão de quimioterapia. “Eu sou muito prática e acho que a vida é feita de escolhas e eu escolhi ser feliz. Eu escolhi que iria viver e fazer o possível para me curar e tive a sorte de contar com o Hospital do Bem nessa jornada”, afirma ela, que iniciou o tratamento na unidade em novembro de 2018, fez cirurgia em janeiro de 2019 e começou a quimioterapia em março do mesmo ano, encerrando o ciclo de tratamento com a radioterapia, no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa. Ela tocou o sino da cura em setembro do ano passado.

“O Hospital do Bem faz jus ao nome. As pessoas lá são muito humanas, acolhedoras, amáveis, tratam os pacientes muito bem e isso faz toda a diferença para quem está passando por um tratamento, especialmente, o câncer que tem todo um estigma”, afirma Miriam, que está lançando no próximo dia 15 de fevereiro, no Cras de Malta, o livro ‘Lições da Vida’. A obra é uma coletânea de pensamentos e reflexões sobre como encarar os desafios, contratempos e adversidades, sem perder a fé na vida, nem a alegria de viver. “Não escrevi o livro unicamente por causa da doença, mas por um conjunto de fatores que me levaram a refletir que posso, através de minhas reflexões, de minhas experiências e superações, inspirar outras pessoas”, disse ela, que perdeu a única filha mulher aos 36 anos, de um enfarte fulminante. “Eu sou feliz por mim e por ela”, afirma Miriam que em partes do livro, o primeiro que ela escreve, faz referências ao Hospital do Bem e agradecimentos à equipe da unidade. 

Um fato curioso na história de Miriam é que ela descobriu o câncer após sonhar com pessoas de branco que apontavam para seu seio. “Acordei de madrugada, após esse sonho, com dor de cabeça e fui tomar um analgésico. Lembrei do fato e fui apalpar meus seios e descobri o nódulo”, conta ela, que um ano antes tinha feito uma mamografia que não tinha acusado nada de anormal. “Uma das primeiras coisas que me perguntei ao saber da doença foi: Deus, o que eu preciso aprender com essa experiência? e superadas todas essas etapas acho que descobri: a felicidade é uma escolha que a gente faz e eu escolhi ser feliz”, destaca ela. 

Das 24 mulheres que junto com Miriam tocaram o sino da cura do Hospital do Bem, em 2019, 19 se trataram de câncer na mama, quatro de câncer no ovário e apenas um caso foi na vesícula biliar. 16 pacientes fizeram tratamento adjuvante, ou seja, primeiro realizaram a cirurgia de retirada do tumor para, em seguida, passar pela quimioterapia e oito fizeram tratamento neoadjuvante, quando a quimio é feita antes da cirurgia. Essa última terapêutica é indicada para pacientes com tumores acima de 5cm. Essas 24 pacientes, com idades entre 31 anos, a mais nova, e 75 anos, a mais idosa,  são da cidade de Bom Jesus, Coremas, Água Branca, Malta, Santa Luzia, Taperoá, Santana dos Garrotes, Areia de Baraúnas, Pombal, São Mamede, Imaculada, Belém do Brejo do Cruz, Vista Serrana, São Jose do Bomfim, Santa Luzia, Sousa e Patos.

A oncologista do Hospital do Bem, Dra. Nayarah Castro, afirma que é uma alegria muito grande cada sino tocado, porque isso simboliza o sucesso do tratamento e superação da doença. “Como médica me sinto feliz em poder fazer parte destas 24 histórias de sucesso, de alegrias e de vitórias. É uma honra ver o quanto avançamos em relação ao tratamento oncológico e podemos oferecer esperança aos pacientes e seus acompanhantes. Me sinto feliz por saber que os pacientes são tratados não apenas no que diz respeito às medicações administradas: me sinto feliz em poder fazer parte de uma equipe que trata o paciente nas esferas emocionais, espirituais e orgânicas”, destaca a oncologista. 

A médica esclarece que a cura definitiva da maioria dos cânceres é dada após o acompanhamento por 5 a 10 anos, sem demonstração de retorno da doença. “O sino da cura marca o término dos tratamentos de quimioterapia, após a realização dos primeiros exames que demonstraram a não existência de doença em atividade. Por isso, é importante que os pacientes façam o acompanhamento oncológico a cada três meses”. Reitera Dra. Nayarah.

A diretora geral do Complexo, Liliane Sena, destaca que o Hospital do Bem vem cumprindo com muita satisfação a sua missão de não apenas acolher bem como tratar os pacientes de câncer no interior do Estado. “É muito gratificante para todos da equipe, quando um paciente toca o sino da cura porque sabemos quantas batalhas cada um deles teve que enfrentar pela superação da doença. E essa superação, que é individual de cada paciente, termina tornando-se coletiva porque envolve todos os profissionais que empregam seu talento, competência, conhecimento e doação para que essas pessoas consigam ressignificar a vida e continuarem suas jornadas livres de uma doença que é ainda muito estigmatizante, apesar dos avanços do tratamento”, reitera Liliane, lembrando que o Hospital do Bem tem atendimento ambulatorial, tratamento quimioterápico e cirúrgico, para quatro tipos de câncer: pele, próstata, mama e colo de útero. A sala de quimioterapia da unidade tem capacidade para atender dez pacientes simultaneamente. 

Para o coordenador Administrativo do Hospital do Bem, Thiago Viana, um profissional que tem contato com todos os pacientes e não raro os recebe na porta do Hospital, reunir tantas histórias de superação é um estímulo nessa árdua batalha contra o câncer. “Vivemos intensos sentimentos ao conhecer a história de vida de cada um de nossos pacientes, então o sentimento da felicidade ganha outra dimensão com a tão sonhada vitória na luta contra o câncer que é a cura e a batida do sino”, destaca ele, que atua na unidade desde a inauguração, em setembro de 2018.