Todas as cidades do estado estão sob risco de chuvas intensas. Para a capital e mais 30 locais da Zona da Mata, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho (grande perigo), com validade até a manhã de hoje. Em João Pessoa, aliás, as precipitações já ultrapassaram a média histórica para fevereiro.
De acordo com o aviso, o volume de chuvas deve ser superior a 60 milímetros (mm) por hora ou a 100 mm por dia. Há grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, queda de árvores, descargas elétricas, alagamentos, enxurradas e transtornos no transporte rodoviário.
Já nas demais regiões do estado, o alerta é laranja (perigo) e prevê chuvas entre 30 mm e 60 mm por hora ou entre 50 mm e 100 mm por dia. É possível que sejam registrados ventos fortes, com intensidade entre 60 km/h e 100 km/h, além de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
O Inmet orienta que moradores das áreas afetadas evitem enfrentar o mau tempo e não se abriguem debaixo de árvores ou próximo a torres de transmissão e placas de propaganda. Também recomenda-se desligar aparelhos elétricos e o quadro geral de energia durante o temporal, se possível. Em casos de emergência, deve-se acionar o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193, ou a Defesa Civil, pelo 199.
Para a Defesa Civil, situação em JP é histórica
A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de João Pessoa (Compdec-JP) informou que as chuvas registradas na capital, nos últimos dois dias, já superaram a média esperada para todo o mês de fevereiro. O acumulado foi de 112 milímetros (mm).
O coordenador da Defesa Civil, Kelson Chaves, retrata a situação como algo histórico. Entre as 19h30 da terça-feira (4) e as 19h30 de ontem — momento do fechamento desta edição — os bairros onde mais havia chovido foram Grotão (63 mm), Manaíra (51,2 mm), Centro (46,2) e Tambauzinho (41,2 mm).
A Defesa Civil não registrou ocorrências graves, mas informou que segue monitorando as áreas de risco. “Em dois dias, choveu mais do que o que vem chovendo, historicamente, no mês de fevereiro, em João Pessoa. Nós estamos com todas as nossas equipes nas ruas, atendendo as ocorrências. Foram 24 ocorrências atendidas ou registradas, oficialmente, junto à nossa central de operações, e nós estamos atendendo todas as demandas, dando prioridade àquelas que envolvem riscos com pessoas”, destacou Kelson Chaves.
Os trabalhos mobilizam outras equipes, como as da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa, da Secretaria de Desenvolvimento Social e da Secretaria de Meio Ambiente (Semam).
Região Metropolitana
O município de Bayeux também registrou fortes chuvas. Nas redes sociais, moradores relataram inundações em casas. Em uma delas, o muro desabou, e móveis e eletrodomésticos foram danificados pelas águas. A Defesa Civil de Bayeux explicou que as áreas de riscos estão sendo monitoradas e estima que 1.680 pessoas, em 426 moradias, estejam expostas a riscos durante as chuva. Os bairros que mais acumularam água, nas últimas horas, foram São Bento (62.6 mm), Alto da Boa Vista (53.2 mm) e Jardim Planalto (27 mm).
Em Conde, um comitê de crise foi criado para acompanhar os transtornos relacionados às chuvas e para adotar medidas emergenciais. Quinze ocorrências foram registradas pela Defesa Civil local, mas nenhuma considerada grave. “Estamos fiscalizando as áreas mais afetadas, garantindo a segurança da população e avaliando eventuais danos estruturais. A Secretaria de Ação Social segue monitorando as famílias impactadas e realizando visitas às áreas de risco para oferecer suporte imediato”, divulgou a administração municipal.
Descarte irregular de lixo causa alagamentos
Ontem, fortes chuvas causaram transtornos na Grande João Pessoa. Pontos de alagamentos foram registrados, o que dificultou o fluxo do trânsito. Uma das principais causas desse tipo de transtorno é o acúmulo de lixo, muitas vezes descartado de forma irregular nas ruas e terrenos baldios, havendo o entupimento de galerias.
O superintendente da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), Ricardo Veloso, destacou que o despejo inadequado de lixo é ato ilícito e punível com aplicação de multa, conforme o Código de Posturas do Município de João Pessoa (Lei Complementar no 7/1995). A multa pode chegar até 400 Unidades Fiscais de Referência (Ufir), o que, atualmente, corresponde a R$ 19.972.
“Com relação à coleta domiciliar, é importante que o descarte só seja feito próximo à passagem do caminhão para evitar o carregamento dos resíduos pelas chuvas”, orienta Ricardo Veloso.
Para tentar minimizar a ocorrência de alagamentos, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) de João Pessoa executou serviços de drenagem e limpeza de galerias. Entulhos foram removidos nos bairros de Cruz das Armas, Valentina, Cabo Branco, Tambaú, Manaíra, Esplanada, José Américo, Água Fria e Bairro das Indústrias.
Além disso, a Operação Tapa-Buraco passou pelos bairros de Mangabeira, Água Fria, Brisamar, Tambauzinho, Castelo Branco, Varjão, Muçumagro, Geisel, José Américo, Gramame, Valentina, Colibris, Esplanada, Penha, Centro, Varadouro, Treze de Maio, Alto do Céu, Bessa, João Paulo II, Funcionários, Jaguaribe, Colinas do Sul, Costa do Sol e Paratibe.