O Memorial Abelardo da Hora (instalado na Fundação Espaço Cultural da Paraíba – Funesc), em João Pessoa, acaba de receber um moderno projeto luminotécnico, criado especialmente para a expografia do espaço expositivo.
Conforme Camila Geracelly, chefe do Núcleo Memorial Abelardo da Hora, a equipe da Funesc ainda fará a pintura final das paredes e divisórias, montagem do mobiliário e dos módulos que darão suporte às obras. “Finalizado isso, será feito o transporte das obras”, disse ela.
Em uma área de 580 m², o Governo do Estado da Paraíba está investindo R$ 734.829,29 no Memorial, que vai abrigar as obras doadas pela família do artista pernambucano, Abelardo da Hora. O neto do artista, Daniel da Hora, é responsável pela elaboração do projeto de exposição das peças.
O Memorial tem uma entrada principal, duas áreas de exposições, um espaço com uma fachada de vidro e a outra fachada de tela, garantindo ao público permeabilidade visual e uma ventilação natural.
Já no espaço 2 há uma estrutura de 'steel frame', com placas cimentícias dispostas de forma que dê ao espaço uma sensação de movimento. Terá ainda uma sala de acervo e uma sala de conservação e restauração.
“Abelardo é de uma expressividade única, que despontou no cenário nacional como um dos maiores escultores do modernismo brasileiro, o legado que Abelardo da Hora deixou para o País transita entre o expressionismo e o realismo de cunho social”, comentou Geracelly.
A chefe do Núcleo Memorial Abelardo da Hora ainda disse que zelar pela conservação e apresentação de aproximadamente 300 obras do Abelardo é um desafio para a sua carreira. “Um desafio aceito com gratidão pelo convite, confiança e reconhecimento do trabalho que venho desenvolvendo nos últimos 18 anos com artes visuais”.
Abelardo da Hora - O artista pernambucano é reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros e deixou um acervo com quase 300 peças, entre esculturas, telas e outras obras. Nasceu em 1924 na cidade de São Lourenço da Mata.
Cursou Artes Decorativas no Colégio Industrial Professor Agamenon Magalhães. Ingressou na Faculdade de Direito de Olinda (PE) e frequentou o Curso Livre de Escultura da Escola de Belas Artes do Recife (PE).
Entre 1943 e 1945 foi contratado pelo industrial Ricardo Brennand, para trabalhar na Cerâmica São João, época em que realizou diversos trabalhos com motivos regionais. Fundou o Ateliê Coletivo, que dirigiu entre 1952 e 1957.
Durante a década de 1960, exerce várias atividades, entre as quais: diretor da Divisão de Parques e Jardins, secretário de Educação e diretor da Divisão de Artes Plásticas e Artesanato, em Recife.
É o fundador do Movimento de Cultura Popular (MCP), que abrange, além das artes plásticas, música, dança e teatro. Publicou, em 1962, o álbum de gravuras Meninos do Recife. Em 1986, foi criado o Espaço de Esculturas Abelardo da Hora, pertencente à prefeitura de Recife. Abelardo da Hora faleceu no dia 23 de setembro de 2014.