O professor Camilo Allyson Simões de Farias é o novo reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Empossado no cargo na manhã de ontem, em solenidade na sede da instituição, ele é mais um gestor universitário, na Paraíba, cuja nomeação respeitou a vontade a comunidade acadêmica. “O primeiro sentimento é o de alegria, pela retomada da democracia nas universidades. Com a nomeação do presidente Lula, exerceremos a nossa gestão com autonomia”, declarou.
A fala de Camilo se refere ao período conturbado pelo qual a instituição passou quando, em 2021, o vencedor do pleito realizado naquele ano, Vicemário Simões, foi preterido em nome de Antônio Fernandes, terceiro colocado na disputa, pelo então presidente do país, Jair Bolsonaro — repetindo o que havia acontecido na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 2020, ato que quebrou a tradição da Presidência da República, de escolher o mais votado da lista tríplice.
Segundo o atual reitor, o que acontece agora é uma reparação. “Nós fomos resistência. Então, ficamos muito felizes com o reconhecimento da comunidade, que confiou na nossa experiência e na nossa capacidade para gerir a universidade pelos próximos anos. Andamos em todos os campi da UFCG e identificamos várias demandas e desafios que precisaremos enfrentar. Estamos dispostos, com a coragem necessária para avançar e fazer uma universidade melhor”, disse.
Para ele, a demanda mais urgente a ser tratada será a questão da evasão estudantil. “A instituição está perdendo alunos. Precisamos entender quais são os problemas que estão contribuindo para isso. Um deles, já identificado, é o calendário letivo atrasado. Vamos propor, imediatamente, uma solução para reorganizar o calendário. Também queremos melhorar a oferta de bolsas acadêmicas e a assistência estudantil”, detalhou Camilo.
Outro ponto que o novo gestor reconhece é a necessidade de aprimorar a infraestrutura da UFCG, pois faltam projetores, aparelhos de ar-condicionado, carteiras confortáveis e banheiros apropriados. “Vamos lutar para garantir boa infraestrutura priorizando a transparência da gestão, com a construção de uma matriz orçamentária, por exemplo, para que todos os diretores tenham a ideia do valor disponível a ser utilizado em seus centros, é fundamental. Queremos trazer essa revolução na universidade por meio da legitimidade e do olhar atento ao funcionamento da academia, como um todo”, ressaltou.
Com doutorado pela Universidade de Ehime, no Japão, Camilo é formado em Engenharia Civil e mestre em Ciência e Engenharia de Materiais, ambos pela UFCG. Entre 2017 e 2021, atuou como vice-reitor e também esteve à frente da Secretaria de Planejamento e Orçamento da instituição. No pleito anterior, foi reeleito para o mandato de 2021 a 2025, ao lado do então reitor, Vicemário Simões, mas a chapa vencedora não foi nomeada.
Nova equipe
Eleito em dezembro passado, após vencer a consulta pública disputada ao lado da atual vice-reitora, a professora Fernanda Leal, Camilo foi oficialmente nomeado reitor da UFCG no último dia 14, por meio uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A nomeação foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seguiu a ordem da lista tríplice enviada pelo Colegiado Pleno do Conselho Universitário ao Ministério da Educação (MEC).
Três dias depois da nomeação, Camilo divulgou os nomes que, agora, compõem a sua equipe de reitoria até 2028. O Hospital Universitário de Cajazeiras ficará sob a direção de Luiz Jardelino, já o de Campina Grande terá Homero Gustavo como diretor. Fernanda Leal, além de vice-reitora, também assumiu a Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, enquanto Érica Cristine assumiu a Pró-Reitoria de Ensino. O reitor anunciou, ainda, Lidiane Barbosa para a chefia de gabinete e Larissa Santana para o cargo de prefeita universitária.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de fevereiro de 2025.
