A enfermeira Cristina Cavalcanti está amamentando Sara, de oito meses. Pretende continuar até os dois anos ou mais, assim como fez com a primeira filha. Ela tem consciência dos benefícios que a amamentação traz, tanto para a criança, quanto para a mãe. “Só vejo vantagens em amamentar. Para os filhos, aumenta a imunidade, melhora o sistema contra infecções, evita doenças gastrointestinais e, para nós, as mães, os maiores benefícios são a praticidade, a recuperação mais rápida do peso, mas, principalmente, a prevenção contra o câncer de mama”.
Essa escolha de Cristina ganha destaque no Outubro Rosa, mês da campanha dedicada ao diagnóstico precoce do câncer de mama. Estudos sugerem que a amamentação pode prevenir a doença, porque, durante o período de aleitamento, caem as taxas de determinados hormônios, que favorecem o desenvolvimento de células cancerígenas.
Segundo a diretora geral, do Banco de Leite Anita Cabral, Thaíse Ribeiro, oferecer a amamentação nos primeiros momentos de vida pode reduzir em até 22% a mortalidade neonatal – até o 28º dia de vida – nos países em desenvolvimento.
“A amamentação é importante para a mãe e o bebê, pois, auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o risco e gravidade de hemorragias, na prevenção do câncer de colo, ovário, útero e mama, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho”, declarou.
“Além disso, alguns processos que ocorrem na amamentação, promovem a eliminação e renovação de células que poderiam ter lesões no material genético, diminuindo as chances de câncer, pois, os componentes bioativos do leite humano podem influenciar, significativamente, o desenvolvimento geral, a longo prazo, dos tecidos, incluindo o sistema imune, favorecendo o fim de diversos tipos de câncer, incluindo o de mama”, disse Thaíse.
O fato de uma mulher ter sido amamentada, quando criança, pode estar associada com a redução de 20 a 35% no risco de ter câncer de mama na pré-menopausa. Segundo a Revista Lancet, estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6%, a cada 12 meses, de duração de amamentação.
Os benefícios são proporcionais ao maior tempo de duração da amamentação. Tomando por base essa problemática, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (SES), desenvolvem programas para aconselhamento e incentivo à amamentação.
Pesquisas revelam uma média nacional de 54,1 dias de amamentação exclusiva em menores de quatro meses e a Paraíba encontra-se uma média abaixo do patamar do país, sendo de 49,6 dias.
Segundo pesquisas recentes do estudo nacional de alimentação e nutrição infantil (ENANI), de fevereiro de 2019 a março de 2020, houve incremento da prevalência do aleitamento materno em todas as faixas etárias, de 52% em 2008, para 60% de crianças inferiores a quatro meses, em 2020.
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