A Paraíba apresentou o segundo maior crescimento populacional entre os estados do Nordeste em 12 anos, segundo os primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de habitantes no Estado saiu de 3.766.528 em 2010 (último Censo) para 3.974.495 em 2022, o que significa um acréscimo de 207.967 pessoas e uma alta de 5,5%.
O índice paraibano foi quase o dobro da média do Nordeste (2,9%) e, na região, só ficou atrás do estado de Sergipe (6,8%). Confira o ranking do Nordeste no quadro ao lado. A mesorregião que puxou o crescimento populacional no Estado foi a da Mata Paraibana, cujo número de habitantes cresceu 11,6%, seguido pelo Agreste (3%) e pela Borborema (2,5%). Por outro lado, o Sertão Paraibano registrou queda (-2,9%) no total de habitantes.
Dentre os municípios que apresentaram altas significativas na população nos últimos 12 anos estão Conde (29%), que passou de 21.400 para 27.605 pessoas; Capim (24,4%), de 5.601 para 6.970; Logradouro (21,7%), de 3.942 para 4.797; Algodão de Jandaíra (21,6%), de 2.429 para 2.953; e Alhandra (20,3%), com população indo de 18.055 para 21.713 pessoas.
Apesar de não figurar entre as maiores altas, a população da capital paraibana também cresceu de forma relevante. Em 2010, a quantidade de habitantes de João Pessoa chegou a 723.515 pessoas e em 2022 passou para 833.932, um aumento de 15,26%.
Um dos municípios da Região Metropolitana da capital que se destacou no volume maior de habitantes foi Santa Rita, que em 2010 tinha 127.676 pessoas e em 2022 passou para 149.912, com alta de 17,41%. Já o município de Bayeux saiu de 92.350 habitantes para 82.742, queda de 10,40%. A perda foi de 9.608 moradores.
Vale lembrar que a população de Campina Grande, no Agreste, saiu de 384.737 para 419.379, uma ampliação de 9% na quantidade de habitantes. No município, a taxa média de crescimento anual (0,72%) foi superior à constatada na média estadual (0,45%). No estado, proporcionalmente, os municípios com as maiores perdas populacionais relativas, em comparação a 2010, foram: São José de Princesa (-21,7%), que passou de 4.364 para 3.416 habitantes; Tacima (-21,7%), que foi de 10.229 para 8.010; e Serraria (-21,7%), indo de 6.238 para 4.885 habitantes.
O professor João Damaceno, do Departamento de Geografia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), afirmou que a Região Metropolitana de João Pessoa contribuiu para o aumento no volume de habitantes no Estado. Segundo ele, a capital tem sido um atrativo para pessoas de outros estados, sobretudo para aposentados. “Muita gente tem vindo morar na Paraíba, principalmente em João Pessoa, por conta da qualidade de vida. Então, a Região Metropolitana tende a ser um fator de concentração de população importada, ou seja, não é um crescimento vegetativo natural”.
Ele frisou que as outras cidades pequenas, que mostraram um crescimento vegetativo, tiveram, antigamente, os dados coletados durante um processo de desmembramento da área, e a população ainda estava numa fase de adaptação, migração e instalação. Segundo ele, os dados se relacionam à própria dinâmica espacial do território paraibano.
O professor Damaceno ainda frisou que o Censo Demográfico é uma relevante ferramenta para os gestores públicos no que tange às tomadas de decisões administrativas, políticas e econômicas. “Sem esses dados, a economia de qualquer região fica comprometida. O que temos aí é que o Censo já saiu atrasado, e não abrange cem por cento da população”, ressaltou.
João Pessoa tem 20ª maior população dos municípios do país
Com uma população de 833.932, o IBGE mostrou que João Pessoa ocupa a 20ª posição entre os 20 municípios brasileiros com as maiores populações. Em relação ao ritmo de expansão de habitantes, o crescimento médio anual nos 12 anos foi de 1,19%. Entre as capitais do país, essa foi a 5ª maior taxa, atrás somente de Boa Vista (3,17%); Macapá (2,38%); Florianópolis (2,05%); e Cuiabá (1,36%).
O total de domicílios recenseados na capital também cresceu consideravelmente entre 2010 e 2022 e aumentou de 242.348 para 377.756. Com 135,4 mil unidades a mais, a alta no número, de 55,9%, foi a 2ª maior entre todas as capitais brasileiras, atrás somente do índice de Palmas, no Tocantins (72%).
Comparada às capitais do Nordeste, a densidade demográfica pessoense, de 3.970,27 habitantes por quilômetro quadrado, só perdeu para de Fortaleza (7.778,43 hab/km²), Recife (6.803,6 hab/km²) e Natal (4.488,03 hab/km²).
O coordenador técnico do Censo 2022 na Paraíba, Gilberto Cavalcante, afirmou que a população paraibana foi receptiva ao Censo. “A Paraíba teve um dos melhores índices de coleta do país, ou seja, de receptividade. As pessoas nos acolheram com um percentual de 98,39% de coleta. Queremos agradecer à população, porque tivemos a segunda menor taxa de recusa do país, com apenas 0,57%”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 29 de junho de 2023.