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Paraíba só tem 9% de Mata Atlântica

publicado: 25/05/2023 11h11, última modificação: 25/05/2023 12h20
Em um ano, estado perdeu 34 hectares com os desmatamentos. Dados fazem parte de um novo atlas ambiental
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João Pessoa é um dos municípios em que mais se registrou desmatamento na PB. O Jardim Botânico conserva o bioma na cidade - Foto: Roberto Guedes
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por Alexsandra Tavares*

Considerado um dos biomas mais ricos do planeta, a Mata Atlântica é alvo de constante degradação. Em um ano (2021-2022), o desflorestamento chegou a 20.075 hectares no país, o equivalente a 20 mil campos de futebol destruídos. Na Paraíba, foram 34 hectares desmatados, o que representou um aumento de 13 hectares se comparado aos 21 hectares registrados no estudo anterior (2020-2021). Esses são os dados mais recentes do Atlas da Mata Atlântica, estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Séculos atrás, a cobertura original do bioma na Paraíba era de 599.370 hectares. Atualmente, os números totais chegam a apenas 54.215, o que equivale a cerca de 9% dos remanescentes da mata original. “O que é um dado muito preocupante porque é um percentual bastante baixo da área original que permanece no estado”, afirmou Luis Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica.

Os municípios paraibanos onde foram registrados maiores desmatamentos foram João Pessoa (16 hectares) e Baía da Traição (11 hectares). O Dia Nacional da Mata Atlântica, lembrado no sábado, é mais uma oportunidade para se discutir a importância de se conservar essa floresta capaz de minimizar, inclusive, os efeitos das mudanças climáticas.

“A gente tem de lembrar que a proteção e a restauração da Mata Atlântica são muito importantes para combater as mudanças climáticas e evitar os desastres ambientais. As áreas desmatadas, com populações e regiões de risco, junto com as fortes chuvas que estão acontecendo, aumentam bastante o risco desses desastres. Proteger o que existe e recuperar o que tem de mata evitam eventos climáticos futuros”, declarou Luis Fernando.

Bioma na PB

Segundo ele, 11% do território paraibano é ocupado pelo bioma, sobretudo, nas áreas próximas do Litoral. No restante, a vegetação predominante é a Caatinga. Ao falar sobre a importância da Mata Atlântica, a diretora-técnica da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Joanna Regis Nóbrega, declarou que pela notável diversidade faunística, o bioma abriga uma ampla variedade de espécies de mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e répteis, totalizando cerca de 1,6 milhão de espécies, incluindo insetos.

Projeto integra crianças autistas e natureza

O Jardim Botânico Benjamin Maranhão promoverá, no sábado, a segunda edição do Jardim Azul, cuja programação é voltada para crianças autistas e visa promover o contato com a natureza. A ação é gratuita e com atrações no período da tarde.

O evento promove o desenvolvimento social, cognitivo e motor de maneira lúdica. O contato com áreas verdes proporciona uma variedade de estímulos sensoriais que podem ser utilizados de forma terapêutica e recreativa. As atividades serão realizadas no turno da tarde, das 13h30 às 16h30, com uma proposta de um caminho sensorial, no qual as crianças irão explorar e interagir diretamente com a natureza. Além disso, também haverá plantio de mudas e atividades de psicomotricidade para promover uma experiência enriquecedora aos participantes.

“Será uma oportunidade maravilhosa para as crianças autistas se envolverem com a natureza, explorarem novas experiências e interagirem com o mundo ao seu redor de forma inclusiva e terapêutica”, disse Juliana Coutinho, bióloga do Jardim Botânico.

Para participar será necessário fazer inscrições prévias disponibilizadas no Instagram do Jardim Botânico (@jardimbotanicojp), devido ao limite de vagas.

O Jardim Botânico fica localizado na Avenida Pedro II, Torre, João Pessoa/PB. A entrada é gratuita.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 25 de maio de 2023.