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Parque Ecológico de Bodocongó traz qualidade de vida aos moradores de CG

publicado: 01/04/2017 00h05, última modificação: 01/04/2017 15h34
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Quadras poliesportivas, anfiteatro e playground infantil estão entre as atrações do Parque, que já se tornou a principal opção de lazer dos moradores da cidade - Foto: Cláudio Goes

tags: parque de bodocongó , campina grande , governo da paraíba , ricardo coutinho , primeira etapa


Chico José

Cantado em prosa e verso nas vozes de Elba Ramalho, Jackson do Pandeiro, Zito Borborema e, nada mais nada menos que, Luiz Gonzaga o eterno Rei do Baião, o Açude de Bodocongó é um ícone de Campina Grande. Inaugurado em 1917, como manancial para ajudar no abastecimento d’água da cidade, o açude está comemorando 100 anos. Quando seu espelho ainda não acumulava o grau de poluição dos dias atuais, era ponto de lazer de centenas de campinenses. Em suas margens até um clube aquático funcionava. Esportes náuticos eram praticados no local.

Quando Campina Grande passou a ser abastecida pelo Açude Epitácio Pessoa, no final da década de 1950, as águas salobras de Bodocongó continuaram servindo para a procriação de peixes. O manancial era local de lazer e muita gente se banhava ali. Era um tempo bom, conforme recorda Vicente José de Gouveia, do Comitê Pró-Revitalização do centenário Açude. Ele também é dirigente da Associação de Moradores do Bairro de Bodocongó, aglomerado urbano que cresceu em torno do tradicional espelho d’água da Rainha da Borborema.

Desde que o governador Ricardo Coutinho anunciou sua intenção de revitalizar o Açude de Bodocongó, Vicente Gouveia que também é radialista, não se cansou de cobrar a execução da obra ao gestor estadual. Era rara uma entrevista coletiva com Ricardo em Campina Grande em que Gouveia não estivesse ali, de prontidão, gravador em punho, perguntando: - Governador, quando o projeto de revitalização de Bodocongó fica pronto?

Luta de 10 anos

“Prá nós, representa muita coisa este investimento que está sendo feito aqui no Açude de Bodocongó. É um sonho, de todos nós que moramos no bairro de Bodocongó, militamos nos movimentos sociais, na SAB, no Comitê Pró-Revitalização do Açude de Bodocongó. Há muito tempo, aproximadamente uns 10 anos que nós havíamos iniciado uma luta pela revitalização do açude. Graças a Deus esse sonho está se tornando realidade”, disse Vicente Gouveia à reportagem de A União, na tarde da última quarta-feira, quando engenheiros e operários davam os retoques finais na primeira etapa de uma obra que desafiou sucessivas administrações.

O projeto inicial da revitalização do Açude de Bodocongó, na área vizinha ao Campus da Universidade Estadual da Paraíba, compreendia obras de engenharia e de despoluição (ou dragagem) do leito do Açude. Ao Governo do Estado competia a execução das obras. Ficou para a Prefeitura de Campina Grande a dragagem, que, inexplicavelmente, não foi feita.

“Embora seja uma obra vultosa e estruturante, quero, desde já pedir ao Governador, que adentre o espelho d’água do Açude, que está precisando de limpeza. Com certeza absoluta, essa limpeza que será feita no Açude vai ilustrar mais ainda esse trabalho que está valorizando toda a zona oeste de Campina Grande”, disse o líder comunitário Vicente Gouveia. Ele afirmou ter conhecimento de que a dragagem do Açude era de responsabilidade da Prefeitura, enquanto ao Estado cabia a execução das obras do Parque. “Mas nós que fazemos os movimentos sociais entendemos que o dinheiro é do povo e qualquer um que venha a realizar tem o nosso reconhecimento”, declarou.

UPS garante segurança para toda a área

“Sinceramente, para a população carente, essa obra está ultrapassando todas as expectativas”, disse o engenheiro civil Luiz Bellini, da Via Engenharia, de Natal, e um dos responsáveis pela execução do Parque de Bodocongó. Na avaliação de Bellini, o impacto social é muito forte, principalmente na Educação, na Cultural e na Segurança de toda a área onde o Parque está localizado. Um dos equipamentos do Parque é a Unidade de Polícia Solidária com funcionamento 24 horas, abrangendo todo o entorno do Açude de Bodocongó.

Ao redor do Açude de Bodocongó ficam localizadas a Universidade Federal de Campina Grande, a Universidade Estadual da Paraíba, a Escola Técnica Redentorista, o Centro de Tecnologia do Couro e do Calçado; a Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq); a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba; importantes empreendimentos empresariais, além de instituições de Saúde como o Hospital Escola da FAP e o Centro de Recuperação (CER), inicialmente identificado como Associação de Apoio à Criança com Deficiência (AACD).

População destaca os benefícios A população infantil também deve ser beneficiada com o novo parque, que tem investimentos de R$ 40 milhões

Mesmo antes da inauguração, com os operários ainda concluindo a pintura das bancadas da área de lazer, já era expressivo o número de pessoas fazendo caminhadas e contemplando o mais cartão postal de Campina Grande. Mário de Sousa, morador de Bodocongó, falou: “Para mim este parque representa muito, pois esse terreno estava abandonado, entregue à bandidagem, pra mim está muito bom, o Governo humanizou essa área com lazer para as crianças e para a gente fazer nossa caminhada”, falou. Goreti Ferreira, a companheira de Mário, também elogiou o empreendimento do Governo do Estado. “Esse parque representa muitas coisas boas, pois tem divertimento para as crianças, muita gente pode caminhar, e como senhora eu fico mais tranquila”.

Moradora de Bodocongó, Mariana Kércia disse que o Parque construído pelo Governo do Estado é “uma coisa super boa, porque tem vários equipamentos destinados ao lazer das crianças”. “Os adultos e idosos também tem no Parque o seu espaço de caminhada de forma decente. Campina Grande precisava de um empreendimento como esse”, sustentou.

“Ele realmente faz. Não é como a maioria dos políticos que só conversa”, disse uma caminhante que preferiu não se identificar. Sobre o que o parque representa para a população ela afirmou: “Inclusão, além de incluir, vai dar acesso às pessoas que não têm acesso às academias. Vai atrair o povo pobre. E outra coisa que me deixou contente e mostrou que, até nisso o Governador pensou, é a presença da Polícia Militar. Porque se não houvesse a Polícia isso aqui poderia ser depredado”.

Marinaldo Nicolau também destacou a importância do Parque de Bodocongó para a zona leste de Campina Grande. “Para mim é importante, principalmente pelo fato de que eu trabalho o dia todo e vou poder fazer meu Cooper por aqui à noite. É muito vantajoso pra gente porque a cidade é quem sai ganhando. Esse governador veio para mudar Campina Grande e essa obra é perfeita”, concluiu.

Obra valoriza e retoma importância do lugar

O Governo do Estado, por meio da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento da Paraíba (Suplan), concluiu mais uma obra de infraestrutura, desta vez, na Rainha da Borborema. Hoje, em solenidade marcada para às 16h, o governador Ricardo Coutinho entrega a primeira etapa das obras do Parque Ecológico Bodocongó – Praça de Esportes e Cultura – à população de Campina Grande. O valor total do investimento no Parque Bodocongó está em torno dos R$ 40 milhões, por meio de parceria do Governo do Estado com o Governo Federal, sendo que nesta primeira etapa foram investidos R$ 27.800.000,00.

Para o secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente Ciência e Tecnologia, João Azevedo, “a obra já resgatou e segue valorizando um espaço importante da cidade, que estava se deteriorando com ocupações irregulares e a falta de cuidados ambientais. O parque ecológico retomou a importância neste lugar”, destacou.

A engenheira Simone Guimarães, diretora-superintendente da Suplan, informou que a obra segue os conceitos de sustentabilidade, preservando a história e a vegetação do local. “O parque ainda propiciará a recuperação social, ecológica e cultural do manancial, trazendo muitos benefícios ao município, notadamente à população do entorno, através das áreas destinadas à prática de esportes, lazer e contemplação, bem como espaços para a convergência social em Campina Grande”, disse.

Nova estrutura atende crianças, jovens e adultos de Campina

A obra contempla calçadas, ciclovias e contenção de taludes ao longo da sua orla; projeto paisagístico – através do plantio de gramíneas ao longo das áreas de intervenção; Praça de Esportes e Cultura, estacionamentos, três quiosques de alimentação, duas quadras poliesportivas, duas quadras de areia, duas quadras de basquete de rua, um anfiteatro com capacidade para 450 pessoas, um espelho d´água, uma pista de skate, área de patinação, UPS e dois quiosques com banheiros públicos; Largo de Acesso e da Praça Infantil/Idosos, bloco administrativo, uma praça para jogos de mesa, um playground infantil e academia de ginástica pública. Até a conclusão total das obras, o parque terá mais um espelho d’água, quatro quiosques de alimentação, dois quiosques com baterias de banheiros e mais uma quadra de areia.