Após relatos de intoxicação alimentar registrados por moradores de Pilar, na Zona da Mata Paraibana, a Prefeitura Municipal anunciou uma série de medidas emergenciais e preventivas para lidar com a situação. Os casos começaram a ser repercutidos, nas redes sociais, logo depois da distribuição gratuita de pescado feita pela gestão pública do município, nas últimas terça (15) e quarta-feiras (16), como parte de uma ação social em alusão à Semana Santa.
De acordo com os habitantes afetados pelo problema, os sintomas — que incluíam febre, náuseas, vômito, diarreia e dores abdominais — surgiram pouco tempo após o consumo dos peixes distribuídos. Ainda na noite do último dia 16, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou um aumento significativo na procura por atendimento médico nas unidades de saúde locais, e a titular da pasta, Yuanna Raynare, alertou publicamente a população a suspender o consumo do produto, até que os resultados das análises laboratoriais sejam divulgados. “Entendemos a responsabilidade em todo o trajeto, desde a aquisição até a chegada do produto à população. Por isso, reforçamos mais uma vez: não consumam o peixe enquanto não houver uma liberação segura”, salientou a secretária, em um vídeo publicado nas redes sociais.
A gestão municipal de Pilar alertou a população para evitar o consumo do pescado e manter-se atenta aos sintomas
Em outro comunicado divulgado na internet, na quarta-feira (16), a Prefeitura Municipal de Pilar afirmou que o pescado foi adquirido junto a fornecedores regularmente cadastrados, com toda a documentação exigida pelos órgãos de controle sanitário. “No entanto, diante dos relatos de possível intoxicação, a Vigilância Sanitária do Município já iniciou uma investigação rigorosa para identificar a origem do problema. Amostras do pescado foram coletadas e encaminhadas para análise laboratorial, cujos resultados serão divulgados assim que disponíveis”, detalhou a nota.
Na manhã de ontem, em um novo pronunciamento veiculado nas redes sociais, Yuanna Raynare informou que equipes da Vigilância Sanitária, técnicos e enfermeiros também foram mobilizados para avaliar como estão os casos dos moradores que apresentaram sintomas de intoxicação. “Trago a informação e reforço, mais uma vez, o não consumo do pescado, para segurança da nossa população”, complementou a secretária. Enquanto a apuração segue, Yuanna recomendou que os moradores da cidade permaneçam atentos aos sintomas e procurem atendimento médico em caso de sinais como os já citados. Além disso, ela frisou que, após a conclusão das análises laboratoriais, novas orientações sobre o consumo do pescado serão emitidas pela gestão do município.
Fornecedora
De acordo com a plataforma Sagres, mantida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), os pescados distribuídos em Pilar foram comprados por R$ 61.800, por meio de dispensa de licitação, com base nas normas legais para contratações de até R$ 80 mil. O contrato, formalizado no dia 18 de março, previa a entrega de “peixe bonito, inteiro, congelado, sem vísceras e sem guelras”. A fornecedora responsável é uma microempreendedora individual (MEI), registrada desde 2011, com atividade principal declarada no comércio varejista de laticínios e frios, situada no distrito de Curimataú, na Zona Rural da cidade.
A reportagem do Jornal A União tentou contato com a fornecedora responsável pelos peixes, por meio de telefone e de redes sociais, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de abril de 2025.