Teresa Duarte
As festividades ao dia de São Pedro, 29 de junho, serão iniciadas nesta quarta-feira (27) com a tradicional procissão marítima. De acordo com João Domingos da Silva, organizador da procissão há 20 anos, ela sairá as 18h30 do Largo da Gameleira, na praia de Tambaú, conduzindo a imagem de São Pedro, que pesa cerca de 35kg, seguindo com cerca de 50 embarcações, sendo ela acompanhada com queima de fogos até a praia da Penha.
Conforme a previsão do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), o tempo para o dia será de pancadas de chuvas isoladas de curta duração a qualquer hora do dia, predominando o sol. No trajeto até a Praia da Penha, haverá uma parada na enseada da praia do Cabo Branco, local onde o pescador José do Nascimento sobreviveu a um naufrágio que originou a procissão marítima, onde será rezado um terço em agradecimento a São Pedro pela graça alcançada.
Em seguida, as embarcações seguem com destino à Praia da Penha com a imagem em procissão terrestre até a Vila dos Pescadores, onde a imagem passará a noite na casa do pescador Francisco de Assis Melo. Na sexta-feira, dia 29, a partir das 14h, acontece novamente a procissão marítima levando a imagem de São Pedro em direção ao Largo da Gameleira, na praia de Tambaú, com previsão de chegada às 16h. De lá, os pescadores e fiéis seguem em procissão para a Igreja de São Pedro Pescador, onde será celebrada uma missa.
João Domingos da Silva conta que a tradicional procissão marítima foi iniciada há mais de 50 anos quando o pescador José do Nascimento sobreviveu a um naufrágio na praia do Cabo Branco. “O pescador fez a promessa de realizar essa procissão todos os anos caso sobrevivesse ao naufrágio”, explicou. Conforme ele, após a morte do pescador, como não havia mais um realizador do evento, o presidente da Associação dos Moradores da Praia da Penha, na época, decidiu manter essa tradição e passou a realizar a procissão.
“É uma importância muito grande pra nós, pescadores. É uma herança que a gente passa de pai pra filho, de filho pra neto. São Pedro é o grande protetor do pescador. É uma forma de nós agradecermos”, explicou João Domingos da Silva, organizador da procissão. A parte profana na festa acontece com muito forro pé de serra, comidas e danças típicas durante toda a noite de amanhã na Vila dos Pescadores, local que já recebeu não somente a decoração junina, mas também a fogueira para aguardar a chegada da imagem de São Pedro.
Importância da tradição
Euclides Vitorino dos Santos reside na Praia da Penha há 33 anos e participa da procissão há 11 anos. Para ele a tradição é muito importante e deve ser mantida para que não fique esquecida. “A tradição dessa procissão é muito importante para nós da Praia da Penha, bem como para os pescadores que sobrevivem da pesca, principalmente quando a imagem de São Pedro passa a noite na casa de um deles. Eu fico muito feliz ao ver que a quantidade de participantes tem aumentado a cada ano, isso comprova que os fieis continuam mantendo a fé dessa tradição”.
Para o pescador Francisco de Assis Melo ter a imagem de São Pedro em sua residência é uma honra. “Essa já é a segunda vez que a imagem de São Pedro passa a noite em minha casa e isso para minha família é uma honra, porque nós, que somos pescadores, devemos sempre agradecer a proteção divina e a dádiva de tirar a nossa sobrevivência das águas do mar que são abençoadas por Deus. Por isso que nós também comemoramos com alegria esse dia e fazemos comidas, danças e a tradicional fogueira de São Pedro, que deve ser acessa em sua homenagem”, destacou.
Saiba Mais
Pedro era o Apóstolo mais próximo de Cristo e dele recebeu o nome que significa pedra, rocha, e se tornou o pescador de homens (antes era chamado de Simão). Pedro é o Vigário de Cristo, o Pastor Supremo do Rebanho do Mestre. Segundo a tradição, é São Pedro quem guarda as portas do Céu. Ele é conhecido como o padroeiro dos pescadores.