Para cuidar de pacientes vitimados pela covid-19, os profissionais de saúde se paramentam com equipamentos de proteção individual (EPIs) para prevenir o contágio da doença. Esse procedimento, ainda que necessário por razões sanitárias, impede qualquer tipo de conexão com quem está cuidando. Como forma de mostrar aos pacientes o sorriso dos profissionais que fica escondido por baixo da máscara e do protetor facial, a equipe de Terapia Ocupacional do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires realizou nessa quinta-feira (8), mais uma edição do Projeto Face do Cuidado.
Segundo a coordenadora da Terapia Ocupacional, Renata Gomes, o projeto ocorre desde maio de 2020 e visa, com a entrega dos crachás, a humanização na assistência. “Em 12 de maio, data alusiva ao profissional de Enfermagem, preparamos uma homenagem a esses colaboradores com a confecção dos crachás. E, vimos como essa ação mudou para melhor, a relação entre os profissionais e os pacientes. Logo, os médicos, fisioterapeutas, psicólogos e equipe assistencial no geral, passou a utilizar. Com o ingresso de novos colaboradores decidimos realizar mais uma ação. Nos sentimos bem em poder proporcionar isso a todos eles”, afirmou a terapeuta ocupacional.
A ação ocorreu no horário de trocas de plantões. Para aqueles que estavam chegando, um momento de renovação, e para os que saíam dos setores, um afago. No ambiente havia musicalização e disponibilidade para escrita de mensagens nos capotes. Entre os participantes, o técnico de Enfermagem, Jefferson Correia, expressou: “quando eu entro na UTI, todo paramentado, o paciente não consegue ver como realmente sou, o crachá nos aproxima e eles demonstram gostar bastante, é uma experiência gratificante”, contou.
Ressaltando a relevância dessa ação, a gerente de enfermagem, Kátia Jaqueline, pontuou que no momento em que o paciente identifica o profissional que está prestando o cuidado, ele se sente mais confiante. “Nossos esforços se dirigem na busca para aliviar os sofrimentos físico e psicológico com esse olhar diferenciado. Temos experiências bastante positivas da utilização dos crachás e depoimento de pacientes que se sentiram acolhidos ao romper a distância em que a paramentação os coloca”, acrescentou.
De acordo com a terapeuta ocupacional Silmara Fernandes, o processo de confecção dos crachás leva em consideração o tipo de material mais adequado ao ambiente. “Plastificamos todos os crachás, para que ao término de cada plantão os profissionais possam higienizá-los e reutilizá-los sempre que atuarem na unidade”, explicou.
Ao todos mais de 500 profissionais que atuam nas áreas exclusivas para tratamento do Coronavírus, foram contemplados por essa iniciativa. No Hospital Metropolitano os leitos para tratamento da doença soma 88, sendo 57 desses de UTI e 31 de enfermaria.