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travessia interrompida

Rampa de balsa cai no Rio Paraíba

publicado: 07/03/2025 09h40, última modificação: 07/03/2025 09h54
Percurso demorou o triplo do tempo, mas sem feridos nem danos materiais; conserto deve ser concluído em 20 dias
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Acidente será investigado pela Marinha, responsável pela fiscalização das embarcações | Foto: Carlos Rodrigo

por João Pedro Ramalho*

Usuários do transporte hidroviário na Região Metropolitana de João Pessoa levaram um susto, na manhã de ontem, no trajeto entre Lucena e Cabedelo. Isso porque a rampa de acesso à balsa Santa Patriota, uma das três utilizadas pela concessionária Nordeste Navegações, desabou durante a travessia. Com o acidente, foi necessário reduzir a velocidade do percurso, triplicando o tempo em que geralmente é realizado (foi de 20 minutos para uma hora). Esse, contudo, foi o maior transtorno vivido pelos passageiros, uma vez que não houve feridos nem danos materiais aos veículos transportados. Já a balsa foi retirada de circulação e passa por conserto, que deve ser concluído em aproximadamente 20 dias.

O gerente-executivo de Transportes do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER-PB), Antonio Fleming Martins Cabral, conta que o órgão atuou para garantir a segurança do desembarque dos passageiros e reforça que, em nenhum momento, houve risco de naufrágio da embarcação. Ele também explica como funciona a fiscalização do serviço, por parte dos órgãos estatais. “O DER-PB é responsável pelo transporte e pela fiscalização do embarque e desembarque, enquanto a Marinha fiscaliza a navegação e faz as vistorias. Então, o problema que ocorreu será investigado pela Marinha. A princípio, a manutenção das balsas tem sido feita de forma adequada, porém, é preciso identificar por que houve essa falha, para evitar a repetição”, diz.

Como tivemos essas festas, não conseguimos fazer a manutenção antes, mas íamos começar na segunda-feira   --   Antônio Dias

Já o gerente da Nordeste Navegações, Antônio Dias, acredita que o acidente tenha sido causado pela ferrugem na parte interna dos canhões, estruturas que sustentam a rampa da balsa. Segundo ele, a empresa faz manutenções regulares da embarcação, mas a quebra dos canhões antecipou intervenções já programadas. “Não existe embarcação marítima sem ferrugem, porque ela navega em mar aberto. Você pinta hoje e, em 90 dias, já está tudo enferrujado. Por isso, tem de ter manutenção frequente, mas, como tivemos esse período de festas [o Carnaval], não conseguimos fazer antes. Íamos começar na próxima segunda-feira. O objetivo já era fazer uma manutenção embaixo das rampas, virando a balsa e trocando a parte de baixo, que está um pouco cedida, mas sem problema de cair”, explica.

Ainda de acordo com o gerente da concessionária, em casos como esse, é importante que os passageiros sigam as recomendações de segurança, a fim de evitar problemas mais graves. “O pessoal tem de ficar na casaria [espaço coberto da balsa], e não nas grades de proteção. Se a pessoa ficar sentada no lugar dela, não vai acontecer nada. Só pode ficar nas grades quando a embarcação estiver atracada e a pessoa for descer”, orienta.

O serviço de transporte de balsas entre Cabedelo e Lucena continua funcionando, mesmo com uma das embarcações em manutenção. O percurso custa R$ 2,10, para passageiros, e R$ 21,30, para automóveis pequenos.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de março de 2025.