por José Alves*
Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS-PB), principalmente os médicos peritos e as assistentes sociais, entraram em greve por tempo indeterminado na Paraíba. A informação é do diretor do Sindicato dos trabalhadores do órgão (Sindsprev-PB), Sérgio Fonseca. Ele disse que o movimento vem acontecendo em nível nacional e que as principais reivindicações são por reposição salarial de 19,99%, por melhoria das condições de trabalho e pela realização de concurso público.
Na Paraíba existem 40 agências do INSS e cerca de 400 servidores. “Em todas as agências o atendimento presencial está precário. Apenas os estagiários estão distribuindo senhas aos segurados que queiram agendar alguma perícia ou tirar dúvidas. Porém, os serviços mais importantes, que são a perícia médica e as avaliações sociais, não estão funcionando”, declarou Sérgio Fonseca, afirmando que a greve vai continuar até que o Governo Bolsonaro atenda as reivindicações da categoria.
Com relação às aposentadorias por idade ou por tempo de contribuição, além das pensões, Fonseca informou que foram interrompidas quase que totalmente. “Temos uma fila de dois milhões de benefícios represados. A pessoa agenda e fica esperando até seis meses para ser atendido. É por isso que uma de nossas principais reivindicações é por concurso público”, justifica.
Ele destacou que os servidores que estão na ativa “não estão dando conta do recado” e cerca de 10% continuam trabalhando em sistema home office. Fonseca frisou que desde 2016 os servidores do INSS não têm reajuste salarial e, ao mesmo tempo, o órgão estaria sendo sucateado.
Durante a greve que foi iniciada anteontem, Fonseca disse que os servidores que estão em home office mantêm os computadores desligados, e os que estão em atendimento não acessam o sistema, somente informam a população sobre o movimento grevista.
Ainda de acordo com o diretor sindical, a ausência de concursos públicos, a precariedade do parque tecnológico, os cortes consecutivos no orçamento, o fechamento de agências e outras situações de descaso transformaram o INSS em uma autarquia sucateada.
“A nossa luta é contra os salários congelados, contra as metas abusivas, por um serviço com qualidade, entre outras reivindicações. Também estamos fazendo um trabalho de conscientização com os servidores do Ministério da Saúde e do Trabalho para que se engajem na paralisação. Acredito que os servidores da Universidade Federal da Paraíba e de outros órgãos federais também entrem em greve nos próximos dias”, prevê Fonseca.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 31 de março de 2022