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Taxistas fazem carreata em comemoração ao Dia Mundial do Doador de Sangue

publicado: 15/06/2017 00h05, última modificação: 15/06/2017 01h23
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A carreata passou por vários ruas do Centro de João Pessoa e terminou em frente a sede do Hemocentro - Foto: Ortilo Antônio

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Lucas Campos - Especial para A União

Para comemorar o Dia Mundial do Doador de Sangue, o Hemocentro da Paraíba e o Sindicato dos Taxistas da Paraíba promoveram nessa quarta-feira (14) uma grande carreata, seguida de doação de sangue. A concentração aconteceu no Parque Solon de Lucena, passando pela Praça João Pessoa, a Avenida das Trincheiras e depois seguindo pela Avenida João Machado até chegar ao destino final, o Hemocentro, na Avenida Dom Pedro II. O evento começou às 9h e se estendeu até às 12h.

De acordo com Adauto Brás, presidente do Sindicato dos Taxistas da Paraíba, a proposta do projeto "Seja um Taxista Sangue Bom" surgiu quando, após uma assembléia, a administração do sindicato procurou o Hemocentro sabendo que existe uma grande demanda de sangue e, depois de alguns acertos, a categoria ergueu a bandeira à favor do movimento. "Existem muitos taxistas que rodam na frente dos hospitais, que leva esse pessoal que frequenta o lugar e acabam sabendo a dificuldade que é se ter esse sangue quando se precisa", explica.

Fábio Grisi, o diretor do sindicato, aponta que o sangue é vida e que não há nada que possa substituí-lo, diferente de alguns órgãos sintéticos que a ciência já é capaz de produzir.

"Depende de cada um de nós o esforço para salvar vidas, porque há uma importância muito grande em fazer um esforço para ajudar o próximo", afirma. Da frota total de veículos da capital paraibana, cerca de 1.441 veículos, o esperado foi de 400 taxistas envolvidos e que, desses, pelo menos 200 pudessem fazer a doação ao término do percurso.

Contudo, segundo o enfermeiro e triador do Hemocentro, Orlando Ventura, em uma estimativa, à cada 200 pessoas que aparecerem com a pretensão de doar, 30 são consideradas inaptas por não se enquadrarem nas condições necessárias. "Tem gente que vem doar e quer fazer isso a qualquer custo, então acaba omitindo coisas. Eu pediria que não fizessem isso. Se não doar hoje, pode vir doar outro dia, o importante é a boa vontade, vir doar de coração aberto", afirmou.

Ainda de acordo com Ventura, no mínimo quatro pessoas são salvas a cada bolsa de sangue coletada. Entretanto, a instituição atende, pelo menos, 40 ou mais hospitais dentro da Grande João Pessoa e essa demanda é muito grande quando se leva em consideração o número de pessoas que vão doar. O Hemocentro atende à hospitais municipais, estaduais e empresas particulares privadas.

No mês de junho, período de festividades em que aumentam os números de acidentes e violência, aumenta também a procura por sangue. "Em meses festivos, as pessoas bebem e vão dormir tarde, além de outras questões, o que impossibilita essas pessoas de doar", concluiu.

Engajamento

Engajado com o projeto, Carlos André foi um dos motoristas que optou por doar sangue e atendeu aos requisitos. "Hoje, estamos fazendo uma campanha à nível local e nacional de doação de sangue. E a gente se prontificou a ajudar, em contribuir com a sociedade para fazer esse evento viável para todos", esclareceu. Para ele, a sociedade ainda precisa se envolver mais com essa questão e todos precisam fazer sua parte.

Valderez Rodrigues afirma que este movimento é necessário em vários sentidos. Primeiramente, ele pontua que doar sangue é doar vida a outra pessoa, é dar a possibilidade para que o outro continue vivendo. Além disso, é um ato necessário para que a sociedade repense as duras críticas que fazem à classe dos taxistas.

Ricardo José, o primeiro da fila de doação, explica que quis doar por saber que o Hemocentro tem uma necessidade de renovar o estoque e que, infelizmente, as pessoas não doam tanto quanto deveriam. "A gente precisa conscientizar a todos, independente de qualquer categoria, porque esse é um caminho, uma oportunidade, de ajudar outras pessoas", pontua.